Angoulême 2018: Dia 1 – Uma cidade para os quadrinhos

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Cheguei em Angoulême, essa charmosa cidade medieval que fica a 500 km de Paris. Choveu bastante nesse primeiro dia, o que me fez rogar praga aos deuses por não ter trazido um guarda-chuva na bagagem. Acabei comprando um na primeira loja que encontrei por 20 euros (!). Até a organização do evento tira onda com o clima da cidade nessa época: na lojinha do evento eles vendem uma camisa com a frase “Un festival en janvier, quelle bonne idée” (um festival em janeiro, que bela ideia).

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Me perdendo
O Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême é gigante, maior de qualquer um que já fui. Começa que ele se espalha por toda a cidade, concentrando-se no centro histórico. Por não se concentrar em um único pavilhão como as comic-cons temos um evento muito mais plural e diversificado e onde há diversas programações paralelas além da oficial. Por isso tirei o dia para me situar: onde comer, onde acontecem as premiações, onde ficam as exposições, os debates, as masterclasses, as compras, os cafés mais legais, muitos et ceteras.

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Cidade dos quadrinhos
A cidade toda respira o festival. Praticamente todas as lojas estapam cartazes do evento e usam personagens de quadrinhos para promover seus produtos. Uma barbearia trazia uma foto de Lucky Luke, enquanto uma loja de roupas femininas tinha o desenho da Smurfete.

Quando cheguei o Le Noveau Monde, um pavilhão enorme com diversas tendas de autores e pequenas editoras achei que tinha encontrado “o local de compras em Angoulême”. Que engano. São várias tendas para conhecer obras de diversos países do mundo. Há uma tenda para autores alternativos e pequenas editoras, uma com os grandes nomes editoriais (Delcourt, Glenat, Panini etc), um voltado para colecionadores com coleções clássicas, colecionáveis e brindes, um com mangás. Conheci autores africanos bem interessantes que estão publicando em francês (depois conto mais).

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O Off
Há ainda uma versão OFF do festival, chamada de Spin Off. Eles estão espalhados pela cidade com uma área de estandes com autores independentes, uma exposição e um bar que vende cerveja e drinks a preços bem mais em conta. O clima é bem legal e dá pra fazer muitos contatos para conhecer uma produção mais experimental da BD francesa. Tem ainda o espaço OFF du OFF, que traz trabalhos de nomes conhecidos do quadrinho alternativo da França, como a Fluide Glacial. Legal também a exposição que relembra os 50 anos do Maio de 68 espalhados pela cidade.

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No espaço Polar SNCF encontrei o autor brasileiro Marcello Quintanilha (que ganhou prêmio em 2016) em meio a uma “batalha” em quadrinhos com Derf Backderf, autor americano de Meu Amigo Dahmer. Foi massa demais vê-los criando uma HQ de uma página, ao vivo, no improviso. Monstros.

O Balbúrdia também está aqui em Angoulême. Ontem passei o dia tentando encontrá-los, mas a internet nem sempre ajudou. Siga o Instagram deles que tem muita coisa legal sendo postada.

Mais fotos:

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A escadaria da Sala de Imprensa.
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Corto Maltese na exposição sobre Veneza nos Quadrinhos.
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Joan Sfar é uma estrela por aqui.
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Saca que dramático esse jardim John F. Kennedy, perto do teatro.
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A expo Maio de 68.
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Até os ônibus estão decorados para o festival.

* O jornalista viajou em uma parceria com o Institut Français e o Consulado General da França no Recife.

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