O nome comprido esconde um endereço pequeno em Santo Amaro, situado à Rua do Príncipe, número 217. É aqui que Severino Vasconcelos, o Dinho (nem me pergunte, nem ele soube explicar o apelido de infância), serve seus caldinhos, comidinhas de resistência como vaca atolada e um arsenal respeitável de cachaças, paixão nacional – e minha em particular.
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Não se engane com a aparência que se esconde por detrás de duas portas em arcadas do casarão secular ou com a chita que reveste as paredes. A culinária de Dinho é herança genética, nascida ainda em sua infância e perpetuada na memória de encontros familiares aos finais de semana, quando todos dormiam na varanda, no Jordão, e seu pai fazia verdadeiros banquetes no fogo à lenha.
Antes de se instalar em Santo Amaro, Dinho já fez de tudo um pouco: ex-militar, ex-motorista, ex-segurança, acabou por conhecer sua atual esposa ali mesmo, na rua do Príncipe (é dela a carrocinha de espetinho fincada na esquina da Gervásio Pires com o Príncipe, concorrente mais do que amigável). Casou. Ela arrendou o ponto. Ele tomou conta do negócio.
Via de regra, a casa sempre terá caldinhos de feijão, feijoada e camarão. O tíquete médio começa nos R$ 4,00 (a depender do tamanho do caldo) e as cervejas (trabalha com diversas marcas, incluindo Heineken) são geladíssimas. A depender do dia você também poderá optar por caldinhos de dobradinha, fava ou caldo verde. Todos eles fartos em acompanhamentos (camarão ou ovo de codorna, charque ou azeitonas, a depender da pedida) e, para petiscos, a carta enxuta inclui ainda linguiça matuta e tábua de frios.
Mas falemos das cachaças: Dinho também é devoto. Possui 80 rótulos disponíveis. Boa parte deles possíveis para degustação por doses, outros apenas para venda de garrafas fechadas. Aqui é possível escolher o melhor da seleção mineira como Boazinha, Salinas ou Seleta a R$ 5 Dilmas. E para algumas, ainda há a opção de sorvê-las geladíssimas.
Para se ter noção da sua paixão, abriu a porta de sua geladeira e me disse “Não sei se você conhece, mas esta aqui é muito boa”. Meu sorriso engoliu a lua. Era uma garrafa de cachaça de Jambu, natural do meu torrão natal, Pará. Claro que conhecia. Mas ele foi de uma gentileza ímpar ao nos presentear com uma dose. Lá ele também comercializa seus molhos de pimenta artesanais a partir de R$ 7,00 e ainda serve doses de misturada de raízes ou frutas.
Vamos ao que interessa: Dinho abre de segunda a sexta, das 13h às 23h e aceita todos os cartões. São apenas sete lugares na sua bancada. O que promove aquela dança das cadeiras gostosa se você resolver chamar os amigos numa noitada só. E se quiser provar dos caldos especiais, ligue pra ele pela manhã que ele se organiza direitinho. Eu recomendo.
Caldinho do Príncipe do Amigo Dinho
Endereço R. Do Príncipe, 217, Santo Amaro, Recife, PE, CEP 50050-410, Brasil
Telefone ( 81) 9.8749-9077