Melhores de 2015: Top 50 Músicas do Ano

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Pela Equipe da Revista O Grito!. Textos de Paulo Floro, Fernando de Albuquerque, Josafá Santana e Augusto Moraes.

2015 foi um ano bem difícil para a luta por igualdade social, de gênero, além das dificuldades econômicas e do caos político que se instalou no pós-eleições. Foi também o ano em que vimos explodir o debate sobre a violência policial, sobretudo nas grandes cidades brasileiras e nos EUA. Como em outros momentos na história, a música acompanhou essa ebulição dos fatos.

Kendrick Lamar, Emicida, Elza Soares, Rodrigo Ogi, M.I.A.: as músicas em 2015 estão impregnadas com um desejo forte por mudança, além de trazerem um apelo pop que as fazem atemporais.

E este foi o ano em que o pop se prestou a buscar mais inovação para seguir instigante e viciante. É o caso de trabalhos de Jamie xx, CHVRCHES, Kelel e Grimes. Esta é a lista de melhores músicas que defendemos este ano! Aproveite. Aqui uma playlist no Deezer com todas as faixas deste Top 50.

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50
CARLY RAE JEPSEN – “Run Away With Me”

Carly Rae Jepsen cresceu e mostrou que é bem mais do que uma garota que viveu seu ápice com um único hit (“Call Me Meybe”). Seu novo disco, E.MO.TION é a prova de alguém que conseguiu subverter a seu favor todas as convenções. E “Run Away With Me” é uma dessas pérolas pop que aparecem de tempos em tempos. – Paulo Floro.

49
PETITE NOIR – “Chess”

O artista sul-africano Petite Noir chamou atenção por um tipo de interpretação que busca aproveitar timbres em diferentes tons. Ele aposta em uma música que pega emprestado o romantismo pop dos anos 1980 com referências de ritmos africanos, sobretudo Fela Kuti. – PS.

48
EMPRESS OF – “Standard”

A americana com ascendência hondurenha Lorely Rodriguez é o gás que a música pop vinha necessitando em busca de oxigenação tanto em representatividade quanto inovação. “Standard” é tão irresistível quanto toda boa faixa pop e ainda traz o apelo do trip hop, electro e do que convencionamos chamar de indietronica. – PS.

47
BOOGARINS – “6000 Dias (Ou Mantra dos 20 Anos)”

Descobertos pelo selo norteamericano Other Music Recording Co através da internet, os garotos do Boogarins não imaginavam que passariam por diversos palcos da Europa e da América do Norte ao longo do último ano. É por isso que “6000 Dias” pode, a priori, rascunhar uma epopeia, mas, não se engane, o primeiro single de Manual ou Guia Livre de Dissolução dos Sonhos é na verdade uma bússola, uma oração e um manifesto: “o que importa pra mim é ser/ não ter”. Guitarras doces, riffs e sintetizadores galácticos, baixo marcado e uma bateria cadenciada dão o tom da estrada e apontam nela uma forte experiência espiritual. – Augusto Moraes

Leia: um papo com o Boogarins antes do show no Recife

46
FÁBIO GOES – “Nada Demais”

O talento de Fábio Góes para criar faixas pop e rock com arranjos memoráveis no Brasil é algo raro. Responsável por trilhas sonoras de longas como Abril Despedaçado, ele chegou em 2015 com um disco que é como um case de como ideias bem executadas. “Nada Demais” é uma dessas faixas irrepreensíveis que grudam na cabeça e que instigam emoção por conta dos movimentos do som e da interpretação. – PS.

45
M.I.A. – “Borders”

M.I.A. é a artista que segue com um radar ligado para diversos grupos e assuntos geralmente negligenciados. Mas ela é também quem melhor agrega referências de recantos pop que desconhecemos, como África e Ásia. Em “Borders”, Maya olhou para a crise dos refugiados e perguntou ao público “e você com isso?”, chamando atenção da alienação que nos colocamos em relação a um assunto que diz respeito a humanidade como um todo. – PS.

44
MISSY ELLIOTT com PHARRELL – “WTF (Where They From)”

Depois de dez anos sem lançar nenhum trabalho, Missy Elliott retorna ao cenário musical em parceria com Pharrel Williams. Sua nova música, traz a espontaneidade que consagrou a rapper na década passada e faz uma crítica bem-humorada ao comportamento dos jovens da atualidade. Com uma batida extremamente ensandecida, é impossível ficar alheio a esse retorno de Missy. – Josafá Santana.

43
BOMBA STEREO – “Somos Dos”

Os colombianos do Bomba Stereo trouxe sua potente mistura de cumbia e música eletrônica neste hit romântico que está entre as melhores faixas para dançar feitas em nosso continente este ano. – PS.

42
INSTITUTO com TULIPA RUIZ – “Tudo O Que Se Move”

A volta do Instituto este ano foi talvez um dos principais eventos de 2015. O disco recheado de participações foi a prova da relevância que o (agora) duo ainda possui no cenário. Esta faixa com Tulipa Ruiz tem o apelo dançante típico do pop rock nacional com o peso das batidas funkeadas do Instituto.

Leia: o retorno do Instituto

41
DAVID BOWIE – “Blackstar”

O estilo vocal que David Bowie emprega em “Blackstar” é inconfundível. Ao remeter aos seus trabalhos mais experimentais da trilogia Low, Heroes e Lodger, ele indica que vem por aí um trabalho esteticamente mais ousado. Essa faixa é uma das mais misteriosas, grandiloquentes e estranhas já feitas por Bowie. – PF.

40
COURTNEY BARNETT – “Pedestrian At Best”

A australiana Courtney Barnett se destacou em 2015 como uma das melhores compositoras do rock, mas também como uma intérprete fora da curva. Em “Pedestrian At Best” ela usa o humor auto-depreciativo para zombar da própria fama recém-adquirida no meio e das pressões da cena indie. “Me coloque num pedestal e eu vou te decepcionar”. – PS.

39
BJÖRK – “Lionsong”

Björk segue relevante para o pop por conseguir levar sua voz a uma proposta sempre inusitada. “Lionsong” mostra a cantora islandesa em uma das interpretações mais intimistas de sua carreira. – FA.

38
IBEYI – “River”

As irmãs gêmeas Lisa-Kaindé e Naomi Díaz chegam para trazer novos sabores e cores com uma música que busca referências familiares para experimentar – elas possuem ascendências cubana e francesa. “River” traz letras em inglês e iorubá e um som que remete tanto às tradições musicais do oeste africano quanto do hip hop e eletrônica. – PS.

37
MBONGWANA STAR – “Shégué”

Os músicos do Mbongwana Star trouxeram as batidas eletrônicas e o R&B para as músicas tradicionais do Congo. O resultado foi uma fusão instigante de sons, como esse “Shégué”, gravado em Kinshasa em um contexto político-social bem complicado. Com solos de guitarra sobrepostos e ritmo acelerado, a música traz uma proposta bem ousada de relacionar o antigo e o moderno. – PF.

36
JOHNNY HOOKER – “Alma Sebosa”

Johnny Hooker fez de 2015 o seu ano de assalto no cenário nacional. “Alma Sebosa” é a cara da proposta musical de Hooker: tom abusado, força na interpretação e um gosto por estilos ainda subestimados pela “elite” do pop. Aqui, o brega é a força motriz dessa faixa que conta o drama do fim de relacionamento: “não me procure nem pra fuder, eu insito”, diz a letra. – PF.

Leia: Entrevista com Johnny Hooker – “o deus do desejo botou os olhos no Recife”.

35
DRAKE – “Energy”

Drake é uma das maiores forças do rap neste momento, isto é preciso reconhecer. Mas o que ele fez em 2015 foi ainda mais incrível: tornou-se uma espécie de fenômeno cultural, atraindo atenção a cada passo. Em “Energy” ele conta em uma faixa cheia de inspiração electro o porque acredita que é o melhor. – PS.

34
FUTURE – “I Serve The Base”

Future se transformou a olhos vistos em 2015. Depois de surgir como um prolífico rapper a cantar as relações de poder e questões sociais nos subúrbios de Atlanta, ele fez um disco novo disco, DS2, em que trata de seu amadurecimento pessoal e se mostra mais vulnerável. Com hits como “I Serve The Base”, ele se mostrou vulnerável como poucos e ainda fez mais sucesso do que qualquer um de seus pares. – PS.

33
JULIETA VENEGAS – “Algo Sucede”

A estrela pop Julieta Venegas é uma das maiores forças do continente e tem poder suficiente para se livrar das convenções da “música latina”. Ao mesmo tempo, é este sabor local que ela empunha com orgulho, que marca sua personalidade forte. “Algo Sucede”, faixa-título do seu novo trabalho, é uma das mais certeiras e viciantes faixas do ano e traz uma letra cheia de indagações sobre amor e necessidade.

32
KELELA – “Rewind”

Todo mundo já se ligou que é preciso prestar bastante atenção na cantora norte-americana Kelela. E ainda estamos à espera de seu álbum de estreia após nos surpreendermos com a mixtape Cut 4 Me e o EP deste ano, Hallucinogen. “Rewind” é uma nervosa faixa em que a cantora explora as possibilidades da música eletrônica e do R&B. – PS.

31
RASHID com IZZY GORDON – “A Cena”

Rashid dá uma voadora nos peito do racismo nesta faixa que é uma das poderosas – e necessárias – para o Brasil em 2015. Policiais corruptos e violentos destinados a exterminar jovens negros e pobres; sociedade indiferente com a complexidade que é a violência no país; a relação entre classe social e raça, tudo está presente na música. “o que fizemos aos senhores, além de nascer com essa cor? E de sorrir lindamente diante de nossa amiga dor?”, canta Izzy Gordon, que faz uma participação especial na faixa. – PF.

30
SIBA – “Marcha Macia”

Siba, que sempre foi conhecido por promover a cultura do maracatu rural e tradições musicais do interior de Pernambuco, fez com “Marcha Macia” uma crítica cheia de ironia sobre o poder do capital em relação à memória nordestina. É uma faixa cheia de leveza, mas também muito contundente, que nos lembra que é preciso estar sempre vigilante para defender nossa música e cultura. – PF.

29
ALESSIA CARA – “Here”

Alessia Cara é uma das maiores apostas para 2016. Com “Here” ela mostra que tem personalidade própria para se aproveitar de todas as formas já conhecidas do pop e o R&B para marcar seu território.

28
ALESSANDRA LEÃO – “Corpo de Lã”

A batida do maracatu se mistura às guitarras e bateria para coroar o ouvinte com cantos de agogô revisitados por Alessandra Leão. A cantora este ano concluiu sua trilogia de EPs que se propõem a trazer inovações estéticas à música brasileira. – Fernando de Albuquerque.

Leia: Um papo com Alessandra Leão n’O Grito! FM

27
FETTY WAP – “Trap Queen”

O rapper Fetty Wap tornou-se um fenômeno em 2015, chegando ao topo das paradas com esta faixa sobre ficar chapado com uma garota. A letra parece até incongruente com o estado do rap nos últimos tempos onde o gangsta vive sendo problematizado. Mas Fetty conseguiu a mais viciante e venenosa batida que ouvimos no ano inteiro. Por sua capacidade de sedução ele chegou como a uma das maiores promessas para 2016. – RC.

26
ORQUESTRA CONTEMPORÂNEA DE OLINDA – “Amara Preta”

Donos de um som cheio de peculiaridades, a Orquestra Contemporânea de Olinda nos canta pessoas comuns e icônicas em “Amara Preta”. A sonoridade inconfundível da música nos faz viajar para o universo da personagem criado pelo grupo. – Fernando de Albuquerque.

Leia: Uma conversa com Orquestra Contemporânea de Olinda

25
PANDA BEAR – “Crosswords”

Panda Bear abriu o ano com um disco inventivo e instigante na busca que faz de novas paisagens sonoras, ainda que pareçam estranhas. “Crosswords” é uma dessas faixas que buscam na estranheza uma forma de propor novas sonoridades. – Rafael Curtis.

24
VINCE STAPLES – “Norf Norf”

Vince lançou um dos melhores discos de rap neste 2015 que foi um dos melhores anos do hip hop em quase uma década. “Norf Norf”, com sua base tenebrosa e dramática e letras que denunciam a violência nos subúrbios, traz uma mensagem poderosa que fala diretamente aos jovens negros tanto nos EUA como no Brasil. – PF.

23
CHVRCHES – “Leave A Trace”

O CHVRCHES foi trilhando aos poucos o caminho que os levaram ao primeiro escalão do pop desta década. E fizeram isso apostando em carisma e hits certeiros, mas também na preocupação em não se repetirem nem se curvarem às convenções de quem veio antes. “Leave A Trace” é uma dessas faixas que já nascem com o apelo de serem atemporais. – RC.

22
RODRIGO OGI com JUÇARA MARÇAL – “Correspondente de Guerra”

Juçara Marçal canta em “Correspondente de Guerra”, “isso que você testemunhará, a televisão não transmitirá”. O relato de guerra de Rodrigo Ogi é parte do cotidiano dos morros e favelas em todo o País e precisa cada vez mais ser conhecido. A música é retrato triste deste 2015 tão violento e por isso mesmo já é um clássico da nova música brasileira mais consciente e engajada pela justiça social. – PF.

21
NATALIA LAFOURCADE – “Hasta La Raíz”

Que ano viveu o pop latino! Descobrimos, enfim, Natalia Lafourcade, um dos principais nomes do gênero na América do Sul e que em 2015 chegou às radios brasileiras, TV norte-americana e outras barreiras já conhecidas. Com uma voz delicada, mas firme, e um carisma como poucas de sua geração, ela fez de “Hasta La Raíz” um dos hits mais memoráveis do ano. – PF.

20
D’ANGELO & THE VANGUARD – “Really Love”

D’Angelo surpreendeu com seu retorno no final do ano passado, momentos antes de 2014 chegar ao fim. “Really Love” é a prova de que tanto ele ainda segue em ótima forma como ainda consegue despertar muitos outros sentimentos em um R&B cheio de pequenos detalhes, texturas e falas. – FA.

19
ERYKAH BADU – “Phone Down”

Erykah Badu, sempre um corpo estranho no R&B, tem a ousadia necessária para fazer o gênero avançar algumas casas. Com sua mixtape surpresa de 2015 ela revelou faixas cheias de texturas e intervenções inteligentes, como essa “Phone Down”. – PF.

18
SLEATER-KINNEY – “No Cities To Love”

O retorno do Sleater-Kinney foi o principal evento do rock em 2015. O gênero estava precisando da revitalizada proposta pelo trio, como vemos nesta poderosa “No Cities To Love”, cheia de peso e ironias para falar de gentrificação e hipsterismos. – PF.

17
JAMIE xx com ROMY – “Loud Places”

Quantas camadas e texturas cabem em uma música do Jamie xx. Ao lado de Romy, sua parceira de banda no The xx, ele fez a balada mais emotiva do ano em uma letra que fala de encontros e desencontros em meio a uma miríade de batidas que desafiam convenções. – PF.

16
ADELE – “Hello”

O disco mais aguardado do ano chegou quebrando todas as expectativas. O terceiro trabalho da britânica foi apresentado ao público através de “Hello”. A música, como já era de se esperar, soa como uma balada uptempo no melhor estilo da cantora que, apesar do talento inegável, insiste na temática do sofrimento amoroso e corrobora para o banzo estratosférico do amor da sua vida. Adele consagra-se como a voz de uma geração, mas não se deixar influenciar por ela. – JS.

15
KARINA BUHR – “Eu Sou Um Monstro”

“Hoje eu não quero falar de beleza / ouvir você me chamar de princesa”, canta Karina Buhr nesta que é a faixa que melhor resume 2015 para o feminismo: foi um ano de muitas batalhas e muitas vitórias. Este primeiro single do disco Selvática traz ironia para contra-atacar o machismo e propõe uma pegada punk que combinou perfeitamente com a interpretação instigada de Karina. – PF.

Leia: Karina Buhr é uma mulher perigosa.

14
AVA ROCHA – “Você Não Vai Passar”

Ava Rocha pega referências tropicalistas para propor essa ótima faixa sobre empoderamento e auto-estima. É uma música que vai crescendo aos poucos e que soa atemporal tanto nas letras quanto na sonoridade. – PF.

13
MIGUEL – “coffee”

O cantor Miguel é um das vozes mais conhecidas de sua geração. E seu poder de criar pérolas pop como essa “coffee” já rendeu comparações cheias de estardalhaço com Michael Jackson. Pelo poder de sedução, trabalho com a voz e interpretação e arranjos à beira da perfeição, talvez não seja um exagero. – PF.

12
THE WEEKND – “Can’t Feel My Face”

Um dos melhores representantes do R&B contemporâneo, The Weeknd não decepciona. O canadense Abel Tesfaye, o nome por traz do codinome, consegue trazer influências da música negra americana dos anos 1980, mas sem perder de vista a contemporaneidade. – JS.

11
TAME IMPALA – “Let It Happen”

“Let It Happen” mostra o quanto o Tame Impala ainda pode ir com seu pop psicodélico e cheio de texturas. Ouça com atenção os diferentes arranjos e camadas de som que tem como intenção “desligar” distrações e levar a uma viagem. A música ainda conta com uma virada surpreendente ao final. Como eles fazem isso? – PF.

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10
JOHNNY HOOKER – “Amor Marginal”

Encontros e desencontros… Desejo e consumação estão bem representados em “Amor marginal”. Aqui Hooker nos fala do possível e do impossível recheados de guitarras marcantes. Marcados pela decepção de não poder mais e pela felicidade de encontrar aquilo que é realmente seu. – FA.

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09
ALABAMA SHAKES – “Don’t Wanna Fight”

Visceral. Talvez esse seja o melhor adjetivo para descrever esse single da banda. O refrão grudento e os vocais impecáveis de Brittany Howard conseguem seduzir de forma abissal, conduzindo a uma atmosfera enérgica, na qual a cantora vocifera as agruras da vida. A pegada blues-rock não fica por menos e deixa sua marca nessa música, entusiasmando até os mais acanhados. – JS.

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08
KENDRICK LAMAR – “King Kunta”

Kendrick Lamar não fala apenas de si em suas músicas. “King Kunta” é uma faixa sobre sua noção de comunidade, uma homenagem à Compton, sua cidade natal na Califórnia. É também sobre relações verdadeiras e fortes que superam qualquer adversidade. A música é uma das mais funkeadas de To Pimp A Butterfly, o clássico disco do rapper lançado este ano. – PF.

Divulgação.
Divulgação.

07
RIHANNA – “Bitch Better Have My Money”

Enquanto a espera pelo novo disco de Rihanna, ANTI, assume características de um roteiro de Martin Scorsese, a cantora resolveu presentear seu público com a empolgante “Bitch Better Have My Money”. No melhor estilo agiota, a música traz uma letra debochada e abusa de uma agressividade impetuosa. Porém, um dos pontos fortes do trabalho é, justamente, a volta de Rihanna às suas origens mais R&B/Hip Hop e lembra – ainda que remotamente – músicas de seu disco Rated R, de 2009. – JS.

Foto: Divulgação.
Foto: Divulgação.

06
GRIMES – “REALiTi”

Fruto de um ambiente de novas experiências, mudanças e relações conturbadas, Art Angels se destaca com “REALiTi” música que, em meio a uma paisagem sonora oriental nos brinda com um som único e transbordante. – FA.

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05
DRAKE – “Hotline Bling”

Poucas músicas repercutiram tanto quanto “Hotline Bling” de Drake. E bem mais do que ser um viral e fonte inesgotável de memes, a faixa tem um poder de sedução que é típico dos clássicos do pop. É impossível ficar imune. Cantando as dores de um macho ferido, Drake foi o dono da canção de maior impacto em 2015. – PF.

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04
JAMIE xx com YOUNG THUG e POPCAAN – “I Know There’s Gonna Be (Good Times)”

Jamie xx se uniu ao Young Thug e o cantor de reggae Popcaan para fazer uma das faixas mais inovadoras – e divertidas – do ano. Aqui temos diversos gêneros sendo remodelados e remontados como uma das mais inovadoras peças do pop em 2015. – PF.

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03
ELZA SOARES – “Maria da Vila Matilde (Porque Se a da Penha é Brava Imagina a da Vila Matilde”

Elza Soares dá um texto forte e caro pelo fim da violência contra a mulher ao citar a Lei Maria da Penha nessa sua desbocada “Maria da Vila Matilde”. Na voz de Elza a mulher tem força para peitar não só o homem agressor, mas também o círculo de conivência que se forma ao seu redor como a família complacente. “Não passarão”, diz a faixa que é a mais inspiradora para um novo momento de relação entre gêneros no Brasil. – PF.

https://www.youtube.com/watch?v=PC1LR-2bZtk

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02
EMICIDA – “Boa Esperança”

Como poucos em sua geração, Emicida tornou-se a voz mais representativa de uma geração de jovens que se viram excluídos de diversos direitos sociais. Em “Boa Esperança”, ele traz um convite a uma auto-estima da juventude através de um chamado à mudança, e a um debate que problematize a questão de raça no Brasil sem esquecer da nossa história e das relações de classe. – PF.

Leia: O show épico de Emicida no Coquetel Molotov

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01
KENDRICK LAMAR – “Alright”

A esta altura já está mais do que claro a importância de Kendrick Lamar para a história da música com esse disco, To Pimp A Butterfly. De todas as faixas do álbum nenhuma é tão emblemática quanto “Alright”, um rap cheio de crítica social, mas com um tom de otimismo frente a adversidades que parecem longe de terminar. Não à toa a canção foi entoada nos diversos protestos ocorridos nos EUA em 2015. E isso não é pouco.

Em “Alright”, Kendrick se mostra como a pessoa com coragem suficiente para elevar o hip hop a um outro nível de debate. Bandas como Run The Jewels e rappers como Vince Staples e Killer Mike já fazem essa problematização, mas Kendrick foi além ao relacionar esse difícil momento histórico com sua própria trajetória. Dito isto, “Alright” torna-se a canção mais importante para a luta por mais direitos civis e um clássico contra a violência policial. Quem mais iria inspirar uma geração por mudanças definitivas que não o próprio garoto Kendrick que saiu dos condomínios pobres de Compton? Vai ser difícil ver algo tão impactante e relevante como isso por muito tempo.

Ouça abaixo mais de três horas de música a playlist desse Top 50 Faixas no Deezer.