Realidade aumentada na arte contemporânea

arart
Foto: Divulgação
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Arte que expande o mundo real
Obra japonesa ARART, em exposição no Brasil, dá um bom exemplo de como o espectador pode interagir nessa história

Por Giovana Casimiro
De São Paulo

O que é real? A noção de real é discutida em diversas áreas do conhecimento humano, mas ninguém aqui quer entrar nas questões filosóficas desse assunto, e sim, pensar a produção artística contemporânea, cujas propostas permitem um reencontro com pontos que tratam dessa relação realidade / virtualidade.

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Obviamente, o surgimento de tecnologias e da linguagem numérica permitiu a vivência do presente a partir de um novo entendimento e pode tornar reais coisas até então inimagináveis. O termo “realidade aumentada” é um exemplo, e se trata da integração de informações virtuais a visualizações do mundo real.

A obra “ARART” – criada pelos artistas japoneses Takeshi Mukai, Kei Shiratori & Younghyo Bak – é um aplicativo que dá vida a objetos. Ele liga a realidade com ações através de dispositivos móveis (tablets e iPhones) acrescentando novas histórias e valores para o ambiente real. É uma plataforma de expressão que mantém forte ligação com a realidade através de uma dinâmica virtual. O espectador, na condição de interator, passa a agir a partir do dispositivo móvel e a transformar o espaço ao seu redor.

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Além de possuir poder de ação, também se surpreende à medida que descobre a interatividade da obra. Também, levanta-se o conceito de interface: no campo da arte digital é definido por interface o instrumento – computacional ou material – que estabelece o contato entre o usuário e o computador/dispositivo, ou entre dois ou vários deles. Para os interessados, a obra ficará exposta no Centro Cultural FIESP – Ruth Cardoso, até dia 1º de setembro.

Pensar o real e o virtual é uma questão não somente relacionada à ciência. A arte se apropria de temas comumente presentes no meio científico e tecnológico, e através deles, cria possibilidades sensitivas, explorando a capacidade humana diante da interatividade. É preciso compreender o tempo, o lugar, o vazio, o experimental e o virtual como ligados entre si, porque são complementares.

Desta forma, é visível o quanto a tecnologia associada à arte permite expadir o conceito de mundo: comportam novas experiências e conduzem a uma reconstrução de conceitos atuais. Portanto, muito mais que interface ou realidade aumentada, os artistas parecem buscar o público da forma mais interessante possível: explorando a capacidade das pessoas interagirem.