Banda pernambucana lança disco novo ao lado de MamyLove, cantora e dançarina de Burkina Fasso
A banda pernambucana Devotos divulgou as músicas gravadas com a cantora e dançarina africana MamyLove. O som é uma inusitada mistura de afrobeat e punk-rock e será lançado em disco na França, pelo selo MassProduction.
Leia Mais
Como foi o show do Devotos no Abril Pro Rock este ano
Café Preto, o projeto de dub e reggae de Cannibal
MamyLove nasceu em Burkina Fasso, na África, mas é baseada na França, onde fez carreira como cantora, compositora e coreógrafa. O encontro com o Devotos aconteceu durante a turnê que a banda fez pela Europa em 2010. “Vincent Bride, dono do selo MassProduction, tinha lançado nosso vinil Victoria na França e nos apresentou a ela. Naquela época não tivemos tempo de combinar algo juntos. Mas, em 2011, quando voltamos para mais shows fomos a um pub tocar”, diz Cannibal, em entrevista à Revista O Grito!, por telefone.
Quando chegaram ao pub, a ideia foi criar a melodia em cima do som que MamyLove cantava. Foi então que descobriram que a interação do hardcore do grupo com a musicalidade africana rendeu algo interessante – ainda que diferente do que a banda já tinha feito até então. Ainda na França foram gravadas quatro músicas. Em fevereiro desse ano, mais quatro canções foram finalizadas no Recife. “Esse projeto mostra o quanto as bandas de Recife têm a mente aberta para todo tipo de música”.
O resultado foi o disco MamyLove e Devotos, que sai no segundo semestre na França pela Massproduction. Por aqui, apenas importado, mas é possível ouvi-lo gratuitamente pela internet. “A ideia é trazê-la para festivais e eventos no Recife, como o Porto Musical e o Rec-Beat, que tem muito a cara dela”, diz Cannibal. Eles fizeram dois shows para poucos privilegiados em fevereiro quando a cantora esteve no Recife, ambos no Alto José do Pinho, Zona Norte do Recife, onde o grupo ainda mantém base.
“A África é um país muito musical e isso está presente no som de MamyLove. Além disso, por ser dançarina, o show dela é bem performático”, explica Cannibal. As letras das músicas são cantadas em um dialeto de Burkina Fasso. “Ela diz ‘Canibále, esta faixa fala sobre tal coisa’ e tenta passar o sentimento de sua voz”, diz imitando o sotaque francês de Mamy.