Cobertura: Celebração Reggae | Clube Português, Recife

israel
Foto Israel Vibration por OneSecBeforeTheDub via Flickr
israelvibration
A banda Israel Vibration (Divulgação)

Festival agita cena reggae do Recife
Evento teve presença da lenda jamaicana Israel Vibration e ressaltou os elementos da filosofia rástafari

Por Rafael Bouckaert
Especial para a Revista O Grito!

A cena reggae recifense está cada vez mais forte. Na noite dessa sexta (12), aconteceu no Clube Português do Recife, a quinta edição do Festival Celebração Reggae. O evento foi mais um a mostrar que o ritmo originário da Jamaica tem um público cativo na cidade e contou com a participação das bandas MikahReggae, de Recife, Capim Açú, de Fernando de Noronha, a paulistana Mato Seco e a lenda jamaicana Israel Vibration.

O MikahReggae abriu a noite e subiu ao palco agitando a bandeira do reggae, esquentando a moçada que aos poucos ia chegando ao Português. Depois foi a vez da banda Capim Açú com seu reggae roots e um público já maior, dar o seu recado. A partir desse momento era visível a ânsia pela apresentação da Mato Seco, banda que, ao lado de Ponto de Equilíbrio, vem conquistando admiradores por todo o país.

A apresentação da Mato Seco foi talvez a mais esperada da noite, pois integrou a turnê de lançamento do seu terceiro disco, Seco e Ainda Vivo. O grupo abriu seu show cantando a nova música “Pedras Pesadas”. Como o playlist do novo trabalho foi disponibilizado para download na página do Facebook da banda, os fãs cantaram as músicas, em coro, do começo ao fim.

Em um dos momentos mais marcantes da apresentação, o vocalista Rodrigo Piccolo chamou ao palco o músico e produtor do evento Dirceu Melo e, juntos, tocaram “Wake Up and Live”, de Bob Marley. Em seguida, o vocalista aproveitou para agradecer a todos aqueles que ajudaram em sua carreira e, em particular, a Flabba Holt, guitarrista do Israel Vibration e produtor de Seco e Ainda Vivo. Flabba também subiu ao palco e foi muito aplaudido.

Como sempre acontece nos concertos de reggae, os grupos musicais ressaltam a importância do ritmo jamaicano e os ensinamentos da filosofia rastafári. Após as homenagens Rodrigo lembrou que “o reggae não é só uma música que você coloca no rádio do seu carro e vai trabalhar, pra muitos é só uma música, mas pra gente é vida. Pra gente o reggae é uma filosofia, é tudo que temos”.

Na sequência a banda tocou “Brilho Oculto”, música do seu primeiro álbum e que fala da paz e respeito ao próximo. Rodrigo aproveitou para ressaltar que mesmo sendo um discurso velho, poucos são os que o praticam. “Precisamos de paz, porque amor já está dentro de todos”, completou. O grupo encerrou sua participação repetindo “Pedras Pesadas”.

O Celebração Reggae chegou ao clímax com a apresentação da lendária Israel Vibration. Os jamaicanos Skelly e Wiss, atual dupla da banda, foram ovacionados. Muito aguardados, não fizeram feio. Os dois vocalistas usam muletas (ambos tiveram poliomelite quando crianças), mas movimentam-se no palco com desenvoltura e foram seguidos com entusiasmo pelo público que resistia dançando há cinco horas. A banda tocou diversos clássicos, dentre eles “Ball of Fire”. Os espectadores elevaram seus isqueiros e acompanharam a música do começo ao fim, mostrando completa sintonia com o som da banda. Um festival para entrar na história do reggae em Pernambuco.

Foto Israel Vibration por OneSecBeforeTheDub via Flickr
Foto Israel Vibration por OneSecBeforeTheDub via Flickr