Admirável mundo complexo e agridoce, enriquecido pela atualidade da condição humana
Da colaboração da Revista O Grito!, em Lisboa
Se escutarmos Chromatic para lá do hype que o You Can´t Win, Charlie Brown despertou na crítica internacional, e sossegando os apetites comparativos às suas maiores influências, na pessoa de uns Fleet Foxes, Animal Collective e até algumas leves remeniscências dos Ornatos Violeta, encontramos uma diversidade de soluções musicais que não colidem e, pelo contrário, ajudam a solidificar um conceito de atualidade da condição humana.
O excelente single “Over the Sun, Under the Water” faz um convite a uma viagem que remete para horizontes intemporais, “A While can be a long time”, com a participação vocal de Márcia, destila boa pop agridoce, e “In the end we start again” abraça uma ideia ritualística clara, coabitando com o elegante secretismo de “Glimpse”. Outro dos grandes méritos do álbum é ultrapassar a fasquia de disco de estreia bem sucedido, revelando a maturidade composicional de Afonso Cabral e Salvador Menezes, auxiliada pela produção cuidada e atenta de Mário Feliciano. Numa palavra: Magistral. [Pedro Salgado]
YOU CAN´T WIN, CHARLIE BROWN
Chromatic
[Pataca Discos, 2011]NOTA: 10.0
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Entrevista com o You Can’t Win, Charlie Brown