Cobertura: Marcelo Camelo no Recife

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NO RECIFE, UM NOVO CAMELO AO PALCO
Repertório do novo disco, Toque Dela, foi reforçado por canções do seu período no Los Hermanos

Por Rafaella Soares
Da Revista O Grito!, no Recife | Fotos de Caio Allencastro

O messianismo cedeu lugar à contemplação mais madura. A geração hermaníaca cresceu – ou, pode-se brincar, deixa o fanatismo de cantar até a parte instrumental das músicas de uma das bandas mais cultuadas dos anos de 2000, em situações mais reservadas. Foi essa a impressão geral do show do músico Marcelo Camelo no Recife, nessa sexta-feira (17).

O público razoável presente no Clube Internacional, de fato, estava lá para apreciar as músicas dos seus dois trabalhos em carreira solo: Sou (2008) e o recente Toque Dela, lançado em maio deste ano depois de alguns shows de Camelo ao lado de seus antigos integrantes.
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Camelo way of life: a crítica de Toque Dela

É nítido o amadurecimento do trabalho de Camelo, para além da evidência de evoluir enquanto letrista de banda de hardcore melódico na sua origem, para um cara de 33 anos em um relacionamento frutífero, musicalmente.

No setlist, “Acostumar”, “Tudo passa”, “Toque dela”, “Liberdade” (do trecho bonito: É, Deus / Parece que vai ser nós dois até o final), “Janta” – primeira parceria entre Camelo e Mallu Magalhães, sua namorada – cantada em uníssono, como aconteceu na primeira vez, para um Teatro da UFPE lotado, no festival No Ar Coquetel Molotov de 2008.

Ainda “Doce Solidão” e “Vermelho”, antes de emendar dois clássicos do Los Hermanos: “A outra” e “Morena”, recebidas com fervor. Foi um contentamento espontâneo, de quem em sua maioria não estava lá para ouvir velhas músicas, mas curtiu a surpresa. Em seguida, “Pretinha”, “Vida Doce”, “Três Dias” e sua frase “Se faltar a paz, Minas Gerais…”, para então executar a melancólica “Pois é”, do último disco do LH, “4”. Camelo também mandou ao violão “Santa Chuva”, bela e pungente composição, já gravada pela na época iniciante Maria Rita. O final foi emocionante, com a platéia levando em coro “Além do que se vê”.

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