Pernambuco é terra de cinema e chegou a hora, mais uma vez, do Sertão do Pajeú mostrar a vocação do estado em fortalecer e celebrar o audiovisual local e nacional. Entre os dias 9 e 14 de dezembro, o Festival de Cinema de Triunfo realiza sua 15ª edição, com o centenário Theatro Cinema Guarany abrindo suas portas para mostras de curtas e longas, além de atividades formativas, debates e uma série de outras ações que farão a cidade respirar cinema durante uma semana. O festival é realizado pelo Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), em parceria com a Prefeitura Municipal de Triunfo, do Sesc e da Associação Comercial de Triunfo.
A programação deste ano segue abraçando a pluralidade, descentralização e inventividade que já são as marcas do festival. Curtas, médias e longas oriundos de todos os cantos do estado, do Nordeste e do Brasil estão presentes, com a tela do Theatro Cinema Guarany recebendo narrativas e imagens que estimulam debates sobre a diversidade da cultura brasileira, com uma curadoria que buscou equilibrar diferentes gêneros e formatos, como ficção, documentário, cinema experimental e videodança, além de uma programação especial para o público infanto-juvenil e a Mostra Judith Quinto, realizada pelo Sesc.
“O Festival de Cinema de Triunfo é um momento muito importante do calendário do audiovisual tanto do estado, como do Nordeste e do Brasil. Ele chega em sua 15ª edição consolidado como um espaço de encontros e trocas para a cadeia produtiva, mostrando que a força do cinema no nosso estado não se concentra apenas na capital, mas abrange toda sua extensão territorial”, afirma a Secretária de Cultura de Pernambuco, Cacau de Paula.
A abertura oficial do festival será realizada às 18h, no Theatro Cinema Guarany, iniciando também a mostra competitiva de curtas, médias-metragens e filmes experimentais, seguida do primeiro longa do festival, o paraibano Cervejas no Escuro, de Tiago A. Neves. Também compõe a mostra de longa os títulos Tijolo por Tijolo (Victória Álvares e Quentin Delaroche, PE), Citrotoxic (Júlia Zakia, SP), Sekhdese (Graciela Guarani e Alice Gouveia) e Légua Tirana (Diogo Fontes Ek’derô e Marcos Carvalho Xôlaka, PE)
“A nossa programação busca incentivar a participação do público nos debates, fortalecendo o diálogo entre realizadores e espectadores. Além de buscar criar um espaço de troca e reflexão crítica sobre os temas abordados nos filmes, com uma seleção de obras que exploram questões como ancestralidade, identidade de gênero, territorialidade, cultura popular e tradições regionais”, explica a Coordenadora de Audiovisual da Secult-PE, Maria Samara.
Oficinas
As atividades formativas, um dos principais braços do Festival de Cinema de Triunfo, serão realizadas na Fábrica de Criação Popular do Sesc e na Escola Municipal Milton Pessoa, na zona rural de Triunfo. A primeira, Oficina de Crítica Cinema na Palma das Mãos, começa uma semana antes do festival, entre os dias 3 e 6 de dezembro, sendo ministrada por Ingá Patriota, de onde também sairão os votantes do júri popular, com inscrições abertas até o dia 25/11.
Já nos dias 11 e 12 de dezembro, começa a oficina Aquilombalab, voltada para a distribuição de curtas-metragens, ministrada por Anna Andrade. O momento é voltado às trabalhadoras do audiovisual e busca criar um espaço de fortalecimento da estrutura feminina e negra atuante no Nordeste. A programação contará com dois encontros presenciais em que as profissionais irão compartilhar suas experiências e reflexões sobre as áreas de atuação no audiovisual.
Sucesso na edição passada, a oficina Outros Sertões e o Minuto retorna neste ano, ministrada por Mila Nascimento, Uilma Queiroz, Alexandehn, com monitoria de Crawd, agora sendo realizada na Escola Municipal Milton Pessoa, na zona rural de Triunfo, com um público formado por estudantes do ensino fundamental e da Educação para Jovens e Adultos (EJA). A iniciativa proporcionará aos sertanejos conhecimento teórico e prático para serem protagonistas da construção de sua identidade e de seu desenvolvimento cultural por meio do audiovisual. Ao fim da oficina, eles produzirão um vídeo de 1 minuto, desde a criação do roteiro, filmagem, captação e tratamento de áudio, até a edição final, passando por todas as etapas: pré-produção, filmagem e pós-produção.
Quem também retorna é o coletivo CineRuaPE, que traz duas atividades para esta edição do festival, ambas no dia 14 de dezembro. A primeira será uma mesa de debate sobre cinemas de rua do Sertão do Pajeú, discutindo as relações entre produção cinematográfica e oferta de salas de cinema, a distribuição, a formação de público, a produção e a sustentabilidade da produção cinematográfica. A segunda atividade será uma visita guiada ao Theatro Cinema Guarany, destacando sua história e características únicas que o torna referência cultural do nosso festival.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO:
SEGUNDA-FEIRA (09/12/2024)
18h |Cerimônia de abertura
19h | Mostra competitiva de curtas, médias-metragens e filmes experimentais
Kruarã – Território Ancestral (Outro, 6 min, 2024, Triunfo-PE, Livre), de Zinid
Acessibilidade: Legendagem para surdos e Ensurdecidos
Sinopse: Kruarã – Território Ancestral, incita a reflexão sobre a perda do território do povo KARIRI e o apagamento histórico da religiosidade, da memória social e cultural do povo originário de Triunfo-PE.
Dinho (Ficção, 20 min, 2023, Recife-PE, 10 anos), de Leo Tabosa
Acessibilidade: Libras, audiodescrição e legendas para surdos e ensurdecidos
Sinopse: A vida de Dinho é marcada por abandonos. Agora, sua mãe biológica retorna prometendo ficar, enquanto seu melhor amigo está para partir.
SER TRAVA NO SERTÃO TRANSGRESSORA (Documentário, 45 min, 2021, Arcoverde-PE, Livre), de Luís Massilon da Silva Filho
Sinopse: A vida e a arte de três artistas travestis no interior de Pernambuco, a relação com o território, a sensibilidade, poeticidade e transgressão que essas artistas transmitem, transfiguram, travalham com sua arte.
RHEUM (Experimental, 2 min, 2024, Salvador, BA, Livre), de Rayana França
Sinopse: Permeada pela liricidade do sonho, RHEUM acompanha a experiência sinestésica de Remela. Com trilha sonora autoral e sendo produzido em animação com areia, o curta trabalha o suspense criado pelo subconsciente.
20h30 | Mostra competitiva de longa-metragem Nacional
Cervejas no escuro (Experimental, 83 minutos, 2023, Princesa Isabel – PB, 12 anos), de Tiago A. Neves
Sinopse: O luto pela morte do marido é também a oportunidade para Edna refazer o filme que foi a sua vida e encontrar por trás dessa aventura amizades e situações cujos enlaces costuram o passado histórico local à sua própria vida.
Debate após sessão
TERÇA-FEIRA (10/12/2024)
18h | Mostra competitiva de curtas, médias-metragens e filmes experimentais
Navio (Ficção, 11 min, 2023, Natal-RN, Livre), de Alice Carvalho, Larinha R. Dantas e Vitória Real
Sinopse: A catadora Dandara vaga invisível pela cidade. O encontro com Exu Mirim a leva para o fundo da memória.
Mestre Orlando do Couro: Ancestralidade Viva na Pele Talhada (Documentário, 24 min, 2024, Poço Redondo – SE, Livre), de Bruno Marques.
Acessibilidade: Legendagem para surdos e Ensurdecidos
Sinopse: A arte de talhar o couro está na família de Mestre Orlando Félix há gerações. Foi a partir desse saber que o filme “Mestre Orlando do Couro: Ancestralidade Viva na Pele Talhada” foi pensado. Gravado na cidade de Poço Redondo, o documentário revela um pouco da história do couro no Sertão nordestino a partir da vida de Seu Orlando.
SOCORRO & MAZÉ (Documentário, 18 min, 2024, Surubim – PE, Livre), de João Marcelo
Sinopse: A história de duas artistas nascidas e criadas sob o sol escaldante em plena caatinga do Nordeste brasileiro, alimentava um sonho de um dia prosperarem através da música. No caminho, muitas dificuldades, enganadas, vão ao fundo do poço e ressurgem no ritmo da perseverança, do trabalho e na resistência em celebrar o autêntico forró.
Carniceiros (Terror, 24 min, 2023, Petrolina -PE, 12 anos), de Geisla Fernandes e Wllyssys Wolfgang Acessibilidade: Legendagem para surdos e ensurdecidos, libras e audiodescrição.
Sinopse: Abraão e seus filhos vagueiam sem rumo, evitando os contaminados. Judite e sua família se mantêm unidos por uma única causa: a sobrevivência. Em um mundo onde a desconfiança substituiu a generosidade, os riscos se intensificam a cada momento.
Miração (Experimental, 10 min, 2024, Ouricuri- PE, Livre), de Agamenon Porfírio
Sinopse: “Miração” se refere ao estado visionário experimentado em momentos de alteração da consciência. Aqui, “mirar” não se limita apenas ao ato de olhar, mas à conjunção entre ação e contemplação. É esse estado de “miração” que norteia o protagonista, que sonha e
consegue enxergar muito além do imediatamente visível. O curta, através do olhar do personagem, reflete sobre questões como o tempo, o deslocamento de si e da sua terra, além do desejo e do ímpeto de retornar. Uma espécie de road movie onírico de volta para o sertão.
SUSTENTA A PISADA! (Videodança, 7 min, 2024, Arcoverde-PE, Livre), de Jéssika Betânia
Sinopse: Hoje é impossível pensar o coco de Arcoverde sem o tamanco e os passos do trupé. Sua pisada ímpar e cativante é carregada de ancestralidade e ritmo. A grande maioria dos passos utilizados hoje pelos grupos da cidade foram criados por Valete Gomes, que faz parte da primeira geração de dançarinos após a inovação do tamanco de madeira trazida por Lula Calixto. Então, por que não deixar que os pés de Valete contem essa história?
20h | Mostra competitiva de longa-metragem Nacional
TIJOLO POR TIJOLO (Documentário, 104 min, 2024, Recife-PE, Livre), de Victória Álvares e Quentin Delaroche
Sinopse: No Ibura, periferia do Recife, Cris tem a impressão de que tudo está por um fio. Ela e o marido perderam os empregos no início da pandemia de Covid e também a casa em que moravam com 3 crianças pequenas, por risco de desabamento. Grávida do quarto filho e em busca de uma laqueadura, ela trabalha como micro-influenciadora digital, enquanto tenta reconstruir a casa e reestruturar a vida.
Debate após sessão
QUARTA-FEIRA (11/12/2024)
14h I Mostra especial: sessão questões de gênero
Questões de gênero (Documentário, 28 min, 2024, Serra Talhada – PE, Livre), de Marlom Meirelles
Sinopse: O primeiro episódio da série “Questão de Gênero” apresenta um grupo de drag queens que reside em Serra Talhada, principal município da mesorregião do Sertão pernambucano. Na terra lembrada pelo nascimento de Lampião, arquétipo do chamado ? cabra macho? Nordestino, as personagens usam e abusam da arte para questionar e desconstruir os modelos tradicionais de masculinidade da região e a partir dos seus corpos, implantar e promover o germe da mudança social no espaço onde vivem, trabalham e resistem.
14h30 |Debate após sessão
18h | Mostra competitiva de curtas, médias-metragens e filmes experimentais
Solange Não Veio Hoje (Ficção, 20 min, 2024, Salvador – BA, Livre), de Hilda Lopes Pontes e Klaus Hastenreiter
Sinopse: Alan é um homem de classe média que está acostumado a ser sempre servido. Um dia, de repente, Solange, que trabalha como funcionária em sua casa, desaparece misteriosamente. Ele então começa a mergulhar no caos que vai tomando proporções catastróficas.
Samuel foi trabalhar (Ficção, 17 min, 2024, Maceió-AL, 10 anos), de Janderson Felipe e Lucas Litrento
Sinopse: Na véspera de deixar a informalidade e ser contratado, Samuel é assombrado pelo seu instrumento de trabalho: a fantasia de engenheiro.
Flor do Coco (Documentário, 15 minutos, 2024, Toritama – PE, Livre), de Vinícius Tavares
Sinopse: “Flor do Coco” é um mergulho na poesia de Maria Ozana, uma mulher à frente de seu tempo. Residente de Toritama-PE, Ozana desafia estereótipos enquanto navega entre suas múltiplas identidades: escritora, poeta e vendedora de cocadas.
Mulher Maracatu (Documentário, 23 min, Nazaré da Mata- PE, 2023, Livre), de Carlota Pereira e Dani Cano
Sinopse: Mulher Maracatu traz a coragem de Dona Maria José Marques, a conhecida Cabocla Zezinha, que foi a primeira mulher a vestir a indumentária de caboclo de lança do maracatu rural, onde só os homens eram os brincantes. Mulheres de dentro do universo dessa cultura popular, que por muito tempo foram excluídas por crendices anacrônicas, falam como Dona Zezinha abriu o caminho para dar espaço a outras vozes dentro da brincadeira. A relação das mulheres com o maracatu em Nazaré da Mata e região se relaciona com aquilo que se manifesta na alegria: fazer a cultura ser para todas as pessoas.
Moagem (Documentário, 16 min, 2024, Tabira – PE, Livre), de Odília Nunes
Acessibilidade: legendagem descritiva.
Sinopse: Moagem capta a dura e doce empreitada de homens que plantam e colhem a cana de açúcar para a produção de rapadura no Sertão do Pajeú pernambucano. A cada ano a tradição dos engenhos diminui e fazer a moagem torna-se resistência e encontro.
O Bombeiro (Documentário, 3 minutos, 2022, Recife – PE, Livre), de Mozart Albuquerque
Sinopse: Um viveiro de agaves silvestres em documentário animado.
20h | Mostra competitiva de longa-metragem Nacional
CITROTOXIC (Ficção, 84 min, 2023, Amparo- SP, Livre), de Julia Zakia
Acessibilidade: audiodescrição, libras e cc.
Sinopse: Bianca e sua filha Serena, de 7 anos, vivem em meio aos excessos e toxicidades da vida urbana. Depois de uma advertência médica, elas se retiram rumo ao interior para um fim de semana perto da natureza. Lá encontram Zé, um trabalhador rural, que aplica veneno na fazenda vizinha. Inquietações surgem a partir da angústia da mãe sobre o perigo do veneno, e da espontânea conexão entre a menina e Zé.
Debate após sessão
QUINTA-FEIRA (12/12/2024)
14h | Ritual sagrado com as crianças Angico Pankararu
14h30 |Sessão Cine Sesc apresenta Mostra competitiva de curta e média-metragem infanto-juvenil
Era uma noite de São João (Musical, 11 min, 2022, João Pessoa – PB, Livre), de Bruna Velden
Acessibilidade: Legendagem para surdos e ensurdecidos e audiodescrição.
Sinopse: Dona Dorinha, uma viúva idosa cumprindo quarentena no interior do Sertão, relembra da janela de seu sobradinho a sua história de vida através das festas juninas da cidade ao longo dos anos.
CÓSMICA (Documentário, 7 min, 2022, João Pessoa – PB, Livre), de Ana Bárbara Ramos
Sinopse: Num mundo onde a crise climática atinge proporções críticas, Iara decide falar com a Terra. Com uma visão pura e coração determinado, ela escreve uma carta para expressar seu amor pelo planeta e principalmente convocar outras crianças numa missão que ela considera de extremo valor: salvar o planeta das besteiras dos adultos.
Como Chorar Sem Derreter (Ficção, 15 min, 2024, Rio de Janeiro – RJ, Livre), de Giulia Butler
Sinopse: Depois de ter segurado o choro por tempo demais, os olhos de Elizabeth estão secos. Em casa, ela conta o que está acontecendo para a estranha menina que vive com ela. A criança então inventa uma máquina para salvá-la.
Super-Herois (Aventura, 11 min, 2022, Brasília – DF, Livre), de Rafael de Andrade
Acessibilidade: Audiodescrição
Sinopse: Os super-herois famosos se ocupam dos problemas dos adultos, mas as crianças também têm seus super-herois, sempre prontos para ajudar a resolver seus dilemas. Herois anônimos podem estar mais perto do que imaginamos e, neste divertido filme, eles serão relevados.
YADEDWA SEETÔ (Ficção, 13 min, 2024, Petrolândia – PE, Livre), do Coletivo Cinema no Interior – Comunidade Indígena Angico Pankararu.
Acessibilidade: Libras, audiodescrição e legenda descritiva.
Sinopse: Yadedwa Seetô (Menino Pássaro) é um filme criado e estrelado por crianças da comunidade Angico Pankararu, Sertão de Pernambuco. A história gira em torno de Seetô, um menino que embarca em uma jornada mágica pelos cenários da caatinga, vivenciando experiências incríveis. Após ser picado por uma cobra, ele recebe auxílio dos seres místicos da mata e do rio, como a Comadre Fulozinha, os pássaros e outros seres da natureza. Ao buscar sua própria libertação, Seetô também acaba libertando diversos seres que o acompanham em sua aventura pela caatinga. Um filme emocionante que nos faz refletir sobre a conexão entre todos os seres vivos e a importância da liberdade.
Debate após sessão
18h | Mostra competitiva de curtas, médias-metragens e filmes experimentais
Emerenciana (Documentário, 12 min, 2023, Curitiba – PR, Livre), de Larissa Nepomuceno
Acessibilidade: Audiodescrição e legenda para surdos e ensurdecidos.
Sinopse: Ela teve nome, sobrenome e uma história, mas por ser negra e pobre teve sua identidade apagada. Emerenciana Cardoso Neves.
Mansos (Ficção, 20 min, 2024, Cuiabá – MT, 14 anos), de Juliana Segóvia
Sinopse: Benedita é uma jovem que cresceu com uma marca em seu passado: o assassinato de sua mãe, Tereza. Benedita, agora liderança, fará valer a luta de sua mãe em uma busca incessante por vingança.
Uma Irmã Mais Velha (Documentário, 25 min, 2024, Recife – PE, Livre), de Drica Mendes
Acessibilidade: Legenda para surdos e ensurdecidos.
Sinopse: A história da população negra brasileira pode ser revisitada por muitos ângulos, sendo um deles o de uma mulher negra. Inaldete Pinheiro de Andrade esteve presente na formação do movimento negro em Pernambuco e tem sua trajetória entrelaçada com a história de luta e reexistência da população afro-pernambucana. A circularidade do tempo se revela por meio de suas memórias, um pertencimento “a uma África do lado de lá e uma África do lado de cá”, como também expressa afetos ancestrais grafados em cascas cinza-arroxeadas e avermelhadas do tronco de antigas memórias do seu velho irmão, o Baobá. Inaldete Pinheiro de Andrade apresenta, neste documentário, uma perspectiva sobre o movimento negro pernambucano, mas desvela sobretudo a memória sócio-histórica negra de “Uma Irmã Mais Velha”.
De Pés – Dom Santana (Musical, 8 min, 2024, Cabo de Santo Agostinho – PE, Livre), de Cora Fagundes
Acessibilidade: Legenda para surdos e ensurdecidos.
Sinopse: Na pequena vila Pernambucana, Dom Santana convicto do poder que lhe foi dado por seus ancestrais, se conecta com a magia das divindades que lhe cercam em busca de coragem para viver um grande amor que lhe atravessa.
CAROL (Ficção, 13 min, 2021, Afogados da Ingazeira – PE, Livre), de Bruna Tavares
Sinopse: Carol é uma mãe solo na periferia de Recife.
Lilith (Documentário, 15 min, 2022, Afogados da Ingazeira – PE, 12 anos), de Nayane Nayse
Acessibilidade: Legenda para surdos e ensurdecidos, Libras e audiodescrição.
Sinopse: Através de relatos, Lilith destaca desigualdades de poder, usando alegorias para expor o estigma da mãe sobrecarregada em um contexto patriarcal interiorano.
BÚFALA (Experimental, 9 min, 2021, Goiânia – GO, Livre), de Tothi Santos
Acessibilidade: Audiodescrição.
Sinopse: Descarrego é um documentário no qual a realizadora utiliza-se da performance como um processo catártico para lidar com as memórias de um abuso sofrido por ela em 2013. Nesse auto-retrato escrito em forma de carta, ela rememora os fatos dolorosos do passado como forma de enfrentamento dessa póstuma violência na finalidade de destruir o último objeto que ainda a prende a esse trauma: um guarda-roupas.
20h | Mostra competitiva de longa-metragem Nacional
Sekhdese (Documentário, 78 min, 2023, Recife -PE, Livre), de Graciela Guarani e Alice Gouveia
Sinopse: Sekhdese significa sabedoria, em Yathê, língua do povo Fulni-ô, do Nordeste do Brasil. Sabedoria das mulheres indígenas, expondo a luta pela terra, cultura, meio ambiente e o etnocídio do qual são vítimas, pelas investidas das igrejas neopentecostais.
Debate após sessão
SEXTA-FEIRA (13/12/2024)
18h | Mostra competitiva de curtas, médias-metragens e filmes experimentais
Cinemas de rua de Guaxupé (Documentário, 20 min, 2024, Guaxupé – MG, Livre), de Eudaldo Monção Jr.
Acessibilidade: Libras
Sinopse: Os resquícios dos cinemas que já existiram em Guaxupé, como o Cine Theatro São Carlos, evidenciam ao espectador através desta narrativa, histórias da vida de seu público frequentador. O filme abordará também o processo de construção de um cinema de rua na cidade, que contemplará três salas de exibição. Sendo este, um feito inédito no Brasil, atualmente.
A Edição do Nordeste (Documentário, 20 min, 2023, Natal – RN, 12 anos), de Pedro Fiuza
Sinopse: Para se inventar uma região é preciso criar sua cultura, de preferência com ajuda do cinema. Inspirado no livro e peça “A Invenção do Nordeste”, esta é uma reedição de filmes brasileiros essenciais para a fundação do imaginário nordestino.
O Som da Pele (Documentário, 22 min, 2023, Recife – PE, Livre), de Marcos Santos Acessibilidade: Legendagem para surdos e ensurdecidos, libras e audiodescrição.
Sinopse: “A música não foi feita apenas para ser ouvida, isso é apenas uma parte, mas para ser sentida, isso é o todo”. Foi partindo dessa premissa que o músico e educador Irton Mário da Silva, mais conhecido como mestre Batman, assumiu a missão de levar a música aos não ouvintes e, através do método por ele desenvolvido intitulado musilibras, ensinou garotos e garotas com surdez total ou parcial, oriundos de vários bairros da cidade do Recife e Região Metropolitana, a fazer música… Esses garotos são hoje os Batuqueiros do Silêncio.
SUA MAJESTADE, O PASSINHO (Documentário, 22 min, 2022, Recife – PE, 10 anos), de Carol Correia, Mannu Costa
Acessibilidade: Legendagem para surdos e ensurdecidos, libras e audiodescrição.
Sinopse: Entre os morros e as vielas das periferias do Recife ecoam gritos de crianças, música gospel, pontos de orixás e batidas de brega funk. E é no ritmo do “passinho dos malokas” que jovens periféricos estão transformando a cena artística da cidade e fazendo-se conhecidos nas redes e no mundo. Uma música, uma dança. Uma cultura atravessada por questões sociais, econômicas e de gênero.
É Cantando que Eu Me Liberto (Documentário, 29 min, 2024, Triunfo – PE, Livre), de Tatá Farias
Sinopse: É cantando que eu me liberto” é o primeiro documentário sobre a história da artista popular de Triunfo Jéssica Caitano, com quase 20 anos de carreira, a obra busca registrar algumas das dimensões que a artista atravessa, é a Jéssica filha, irmã, sobrinha, aluna, mestra, referência pajeuzeira, abordando trajetória, território e oralidade e seu discurso poético que reescreve e atualiza o imaginário do sertão na música popular brasileira.
BucóliCALL (Experimental, 6 min, 2024, Peçanha – MG, Livre), de Fábio Narciso
Sinopse: Ligações com o tempo, fixadas no espaço, vindas do interior.
Damião (Musical, 5 min, 2021, São Lourenço da Mata – PE, 16 ano), de Hórus
Acessibilidade: Legenda e Audiodescrição.
Sinopse: Esta obra é uma homenagem ao Damião, escravizado acusado de assassinar o Português Moreira, feitor do Engenho Cangaçá, no dia 19 de outubro de 1880 em São Lourenço da Mata.
20h | Mostra competitiva de longa-metragem Nacional
LÉGUA TIRANA (Ficção, 112 min, 2024, Exu – PE, Livre), de Diogo Fontes Ek’derô e Marcos Carvalho Xôlaka
Acessibilidade: Libras, Audiodescrição e Legenda Descritiva.
Sinopse: LÉGUA TIRANA é um mergulho no universo de paisagens, ritmos e sonoridades de onde LUIZ GONZAGA surgiu para revolucionar a Música brasileira. Seguindo o fluxo de consciência do Artista em seu momento final, LÉGUA TIRANA acompanha o menino Luiz Gonzaga em seu aprendizado de vida. Nesta jornada em busca do seu dom e do seu destino, ele aprende a ouvir o mundo escutando rezadeiras, comboieiros, retirantes e finalmente com Januário – o seu pai e com a própria Natureza. De cada um desses mestres, recolhe o essencial para construir a matriz sonora da sua revolução musical.
SÁBADO (14/12/2024)
10h às 11h | Visita guiada ao Theatro Cinema Guarany, com o Coletivo CineRuaPE
14h às 16h | Cinemas de Rua do Pajeú: retomada, funcionamento e perspectivas em debate
18h | Mostra Judith Quinto
19h | Sessão Outros Sertões e o Minuto
20h | Cerimônia de Premiação do 15º Festival de Cinema de Triunfo