Prêmio WeDo!, mostra de teatro online, apresenta peças nordestinas

Com ingressos a preço acessível, segunda edição do Prêmio WeDo! de e-Teatro traz em sua programação 13 espetáculos adultos e infantis de sete estados brasileiros, entre eles Pernambuco, Rio Grande do Norte e Bahia. As apresentações acontecem de 3 a 10 de outubro, na plataforma e-Teatro WeDo!

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"Histórias do mundão" é um dos espetáculos inclusos na mostra. (Foto: Ana Reis/ Divulgação)

Espetáculos de Pernambuco, da Bahia e do Rio Grande do Norte representam o Nordeste na segunda edição do Prêmio WeDo! de e-Teatro, mostra de teatro on-line que reúne 13 produções nacionais e acontece entre 3 e 10 de outubro.

Com patrocínio da Sabesp, via Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), o projeto conta com sessões totalmente digitais e a preço acessível, disponíveis em formato imersivo e interativo no e-Teatro WeDo!, primeiro teatro em realidade virtual e interativo do mundo.

Criado em 2021, em um momento de incertezas frente à crise do coronavírus, o e-Teatro WeDo! já contabilizou 40 mil acessos e 15 mil espectadores distribuídos por 23 estados brasileiros e 13 países.

A curadoria contemplou produções de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina. A produção de teatro contemporâneo no Nordeste é um dos destaques e se faz presente através de obras de teatro adulto e infantil. 

O Açougueiro Online: da Sequidão da Caatinga aos Mares da Web, versão digital do premiado monólogo O Açougueiro, ressignifica a obra original através do uso das linguagens e ferramentas digitais e do audiovisual. A produção conta com atuação de Alexandre Guimarães e texto e encenação de Samuel Santos.

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“A Casatória c’a Defunta” é uma das peças exibidas no prêmio (Foto: Raissa Dourado e Paulo Lima/ Divulgação)

O espetáculo potiguar A Casatória c’a Defunta, da Cia Pão Doce original, de rua, passou por mais de 115 cidades brasileiras e, na pandemia, com a impossibilidade do presencial, ganhou os lares através das telas. No novo formato, cinco atores aparecem gravados em self-tape, representando diretamente de suas casas. O trabalho nasceu de uma pesquisa do grupo nas zonas rurais do Rio Grande do Norte e debate questões como vida e morte através do imaginário popular.

Da Bahia, Ana Mendes e Manu Santiago encenam Histórias do Mundão e colocam em pauta, através de uma proposta lúdica, a importância de exercer a imaginação através da leitura. Voltado para o  público infantojuvenil, o trabalho discute como utilizar de maneira moderada os dispositivos eletrônicos, como computadores e celulares. Mesclando música, contação de histórias, teatro e palhaçaria, as atrizes propõem uma reflexão sobre como equilibrar o potencial benéfico do on-line com a interação com a necessária interação com o mundo físico.

Diversidade

Além das produções do Nordeste, o festival oferece outras produções pelo formato online. Ao todo, foram 225 inscritos de todo o Brasil e escolhidos 13 pela curadoria formada por Eliane Rocha, Gil Oliveira e Hsu Chien. A programação conta com montagens de sucesso de público, como os paulistanos Amadeo – direção de Nelson Baskerville e Pontos de Vista de um Palhaço, solo de Daniel Warren sobre um palhaço que busca ajuda numa sessão de terapia. Também de São Paulo, estão o infantil A Borboleta sem Asas, do Grupo Trapiche (SP), e O Amor de Van Gogh, baseado na biografia do famoso artista, imagina Van Gogh logo após a sua morte dentro de uma de suas obras.

Do Rio de Janeiro, estão presentes obras como Amores Flácidos, primeiro texto encenado do dramaturgo Herton Gustavo Gratto, um dos vencedores da Primeira Edição do Núcleo Sesi de Dramaturgia, que trata de preconceito e estigma por conta da obesidade. Do estado, também integram a mostra as peças As Sete Vidas de Alva, solo de Anja Bittencourt, que apresenta de forma bem humorada questões da terceira idade; Constância, com atuação de Joana Marinho e Claudia Ribeiro, sobre a presença do negro pelo sertão brasileiro, e Revolução na América do Sul, um dos textos mais importantes de Augusto Boal.

Rinha, do catarinense Grupo Risco, é o único representante da região sul e aborda relatos sobre a masculinidade sob a ótica do teatro-documentário. De Minas Gerais, Tempos de Errância, com os atores Narciso Teles e Guilherme Conrado, tem como tema central a violência armada.