fbc
fbc
Rapper mineiro participará do debate sobre 50 anos do Hip Hop (Foto: Bel Gandolfo/ Divulgação)

FBC triunfa na disco music em novo álbum solo da carreira 

O Amor, o Perdão e a Tecnologia Irão nos Levar para Outro Planeta experimenta os potenciais criativos do artista

FBC triunfa na disco music em novo álbum solo da carreira 
4

FBC
O Amor, o Perdão e a Tecnologia Irão nos Levar para Outro Planeta
Padrim, 2023. Gênero: Pop

Fabricio Soares, o FBC é um dos célebres artistas que não quer, e também não deve, ser nichado. Como o ouvinte mais eclético que não pode definir seu estilo musical preferido, ele se reforça plural e diverso em O Amor, o Perdão e a Tecnologia Irão nos Levar para Outro Planeta, seu novo álbum de estúdio. 

Mais distante do rap de seus primeiros lançamentos solos (S.C.A, 2018 e Padrim, 2019), e do funk batidão do antecessor Baile (2021), parceria com Vhoor, este mergulha história dentro da disco music para fazer dançar e refletir. 

Este último propósito define a linha de trabalho de FBC. Talvez, o chamado à reflexão seja uma das únicas características que se mantém nessa novíssima proposta sonora. Se em S.C.A, a realidade da favela tomava conta dos versos, e em Padrim o manifesto político e anti-bolsonarista tinha vez, as novas faixas discutem questões também contemporâneas como em “O Que Te Faz Ir Pra Outro Planeta?” e “Dilema das Redes”, se relacionado com um cenário tecnológico, da internet.

Ao mesmo tempo, o novo disco não está dedicado totalmente às carteiradas certeiras. O leque aqui é maior. O amor, a desilusão, o término, ou até a saliência caem muito bem na sonoridade celebrativa dos anos 1970/1980. As premissas do trabalho tem muito a ver com suas inspirações. FBC tira da canção “Charles Jr”, de Jorge Ben Jor, um grande motor a partir do trecho: “Onde as conquistas científicas, espaciais, medicinais

E a confraternização dos povos

E a humildade de um Rei

Serão as armas da vitória 

Para a paz universal”.

Interlúdios entre a sequência de faixas comprovam tal norte, a medida em que o artista se despe, se confessa em pequenas mensagens de áudio intimistas incrementando uma sensibilidade ímpar a produção. 

FBC ousa, performa e experimenta sua voz cantada com personalidade e entusiasmo. O empenho pode ser percebido no YouTube, não só no videoclipe de “Químico Amor”, com muita dança e visual retrô, mas em todos os vídeos que acompanham as faixas. Lá, acompanhamos as canções sendo construídas, a alegria num solo que dá muito certo, a concentração de todos que se dedicam nas gravações dos instrumentos e vozes.

FBC emplaca single Quimico Amor entre as 50 musicas virais no Spotify Brasil
Foto: Divulgação.

As 15 faixas têm a produção assinada por Pedro Senna e Ugo Ludovico, contando com os vocais de Aline Magalhães, Sàvio Faschét, Iolanda Souza, Sarah Reis e Fernanda Valadares. Don L, NiLL e Abbot (este último com o próximo álbum a ser produzido por FBC) são convidados a embarcar na disco music em suas participações.

O Amor, o Perdão e a Tecnologia Irão nos Levar para Outro Planeta fez o dever de casa com sobras nos arranjos, uso do baixo forte, a guitarra versátil tanto para as faixas mais enérgicas quanto para as baladas como “A Noite No Meu Quarto”, os sopros espetaculares e os samples que ambientam toda uma época de ouro da música tão familiar aos dias atuais.

Depois de hitar com sucessos como “Se Tá Solteira” e “De Kenner”, FBC vem com outro fôlego neste novo disco. A empolgação, dedicação e estudo dispensam delimitação sobre qualquer nicho rítmico. Rapper, funkeiro, prosador, eclético, e principalmente músico, FBC é tudo isso.

Ouça FBC – O Amor, o Perdão e a Tecnologia Irão nos Levar para Outro Planeta

Leia mais: críticas de discos