A cantora, compositora e escritora Rita Lee morreu nessa segunda (09), aos 75 anos, em sua casa em São Paulo. A artista despontou com o grupo Os Mutantes, na década de 1960 e se tornou um dos maiores nomes do rock brasileiro.
O velório será aberto ao público, no Planetário do Parque Ibirapuera, em São Paulo, nesta quarta (10) das 10h às 17h. A informação de sua morte foi divulgada por sua família por meio de sua página no Instagram.
Leia mais: Rita Lee foi ponta de lança contra um mundo conservador
Rita Lee estava reclusa da vida pública desde que recebeu um diagnóstico de câncer de pulmão em 2021. Ela iniciou tratamentos e a doença chegou a entrar em remissão em abril de 2022. Este ano, porém, ela voltou a ter complicações e chegou a ser hospitalizada.
Rita Lee tinha anunciado uma nova autobiografia para este ano, em que comentaria seu tratamento contra o câncer. Seu primeiro livro de memórias saiu em 2016, onde a cantora, com bom humor, falou sobre a própria morte: “Quando morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá. Fãs, esses sinceros, empunharão meus discos e entoarão ‘Ovelha Negra’, as TVs já devem ter na manga um resumo da minha trajetória. Nas redes virtuais, alguns dirão: ‘Ué, pensei que a véia já tivesse morrido, kkk’.”
Nascida em São Paulo em 31 de dezembro de 1947, Rita Lee fez parte do grupo Os Mutantes, um dos mais importantes do movimento cultural Tropicália, nos anos 1960. Nos anos 1970 formou a banda Tutti Frutti, em que explorava mais ainda a guitarra elétrica e letras de temática feminina. Nos anos 1980 explodiu na carreira solo com discos que geraram diversos hits, como “Ovelha Negra”, “Banho de Espuma”, entre outros.
Após a aposentadoria dos palcos, em 2013, Rita Lee vivia reclusa com seus animais e o marido Roberto de Carvalho em sua casa de campo, onde pintava e escrevia. Seu último show aconteceu em Aracaju, em 2012, em uma turnê de 45 de anos de carreira. Um acontecimento nesse evento serve para ilustrar a figura iconoclasta e irreverente de Rita Lee. Ao ver policiais abordando pessoas na plateia que fumavam maconha, ela parou o show: “me dá esse baseadinho que eu vou fumar aqui e agora. Seus cafajestes, filhos da puta”. Acabou sendo detida.
Seu último trabalho, Outra Biografia, está previsto para sair este mês e será o último contato de Rita Lee com seus fãs. Vai fazer falta.