Dessa Ferreira lança “Folha Sagrada”, o segundo de uma série de três videoclipes que integram o projeto Música Afro-Indígena Contemporânea, patrocinado pela Natura Musical. O vídeo vem ao ar no mês consagrado dos povos originários no Brasil.
A música de Dessa Ferreira, demarca as suas raízes indígenas, uma vez que ela desconhece, ao certo, o seu povo de origem, mas sabe que é do território piauense, de onde vem sua família. O videoclipe propõe um diálogo com uma das maiores etnias presentes no sudeste e sul do Brasil (além do Paraguai, Argentina e Uruguai), onde o projeto está sendo realizado, mais especificamente na Tekoa Yvy Poty, em Barra do Ribeiro no Rio Grande do Sul (RS). A cantora contou com a participação da comunidade, que também se propôs a contar no clipe como é o modo de viver Mbya Guarani.
Com roteiro de Raquel Kubeo, “Folha Sagrada” tem direção e produção audiovisual de Luis Ferreirah, direção de arte de Vanessa Rodrigues, produção de elenco de Gerônimo Franco e coordenação de produção de Silvia Mara Abreu.
A narrativa audiovisual foi construída cuidadosamente, unindo o roteiro da multiartista e pedagoga Raquel Kubeo, que é indígena amazônica do povo Kubeo, à vivência e ao cotidiano de uma aldeia Mbya Guarani do RS, com a composição de Dessa Ferreira, que tem raízes indígenas nordestinas. A faixa, que integra o álbum de estreia solo Pulso, fala sobre as características e história de um encantado da floresta, o caboclo Tupinambá, cultuado em diversas casas de religião de matriz afro-indígena, como a Jurema Sagrada e a Umbanda.
O elenco é protagonizado por Dessa Ferreira e conta com a participação de artistas Mbya Guarani. São eles: Fátima Fernandes, Joana Morinico, João Miguel Benites, Julinho Fernandes, Mikaela Franco, Roberta Fernandes, Sandra Franco, Santiago Franco e Tauane Fernandes. O vídeo também estará disponível em sua versão inclusiva (audiodescrição e libras).
Assista:
O projeto
Dessa Ferreira – Música Afro-Indígena Contemporânea foi selecionado pelo edital Natura Musical, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio Grande do Sul (Pró-Cultura), ao lado de Bê Smidt, Circuito Orelhas, Feijoada Turmalina e Gravina DasMina, por exemplo.
O trabalho de Dessa Ferreira demarca o protagonismo negro e indígena na música e na cultura e se propõe a pensar essas duas raízes como base da formação cultural brasileira, que, devido à colonização, foi e segue sendo apagada, desvalorizada e invisibilizada. Sua produção também aborda racismo e etnocídio, bem como o apagamento das referências indígenas e negras na história da sua família, refletidos na história de muitas pessoas no Brasil.
O projeto consiste na produção de três videoclipes das faixas do álbum Pulso, primeiro trabalho autoral solo da artista brasiliense. O primeiro clipe foi de “Dois Mundos”. Completa o projeto a entrega de três lives e três podcasts com convidados especiais.