O Animage – 11º Festival Internacional de Animação de Pernambuco revelou neste domingo (17) os vencedores de sua 11ª edição. O curta-metragem Bestia, do chileno Hugo Covarrubias foi escolhido como o Melhor Curta-Metragem pelo júri deste ano, levando o Grande Prêmio ANIMAGE. Carne, de Camila Kater, venceu como Melhor Curta Brasileiro.
A premiação foi definida pelo júri oficial do festival, composto este ano pela artista visual e diretora portuguesa Bárbara Oliveira, a animadora Léa Zagury e pela cineasta Renata Pinheiro.
“Bestia apresentou uma sensibilidade única em todas as decisões que são necessárias para um filme de animação, exprimindo o tema da opressão de uma forma tão eficaz na sua linguagem cinematográfica, controle do som, direção de arte e roteiro que se alojou profundamente na nossa memória como uma bala. Intenso, assustador e inesquecível”, escreveram as juradas desta edição. O filme revisita a violenta ditadura militar ao acompanhar a vida privada de uma funcionária do departamento de inteligência chileno.
Carne, trabalho de estreia de Camila Kater, apresenta as relações de diferentes mulheres em relação ao seu corpo, da infância à idade adulta. “Um curta brilhante para a representação de experiências femininas brasileiras. Achamos a expressão artística no filme perfeitamente aplicada às narrativas de mulheres representadas, tornando o filme muito poderoso na sua mensagem e execução”, diz o texto do júri.
Tapajós: Uma Breve História da Transformação de um Rio, de Alan Schvarsberg e Cícero Fraga, recebeu a Menção Honrosa do Júri.
A Melhor Direção foi para o francês GENIUS LOCI, de Adrien Mérigeau, enquanto Melhor Roteiro ficou com o alemão Just a Guy, de Shoko Hara. Completam a lista de premiados o francês Moutons, Loup et Tasse de Thé…, de Marion Lacourt, que venceu como Melhor Direção de Arte, Machini, de Frank Mukunday e Trésor Tshibangu (Congo), como Melhor Técnica e Affairs of the Art, de Joanna Quinn (Inglaterra/Canadá), como Melhor Som.
O prêmio de Melhor Curta Infantil ficou com o curta La Source des Montagnes, de Adrien Communier, Camille Di DioI, Benjamin Francois, Pierre Gorichon, Briag Mallat e Marianne Moisy.
Participaram da Mostra Competitiva desta edição 69 curtas de 26 países. O Animage recebeu este ano mais de 1200 inscrições para a competição de curtas, um número expressivo que reflete a prolífica produção audiovisual desse segmento em todo o mundo.
O evento firmou mais uma vez parceria com a Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA), que escolheu o curta Carne, de Camila Kater como Melhor Filme Brasileiro – que a partir desta edição passa a ser nominado Prêmio Jeorge Pereira, em homenagem ao animador, cineasta, roteirista e educador Jeorge Pereira, falecido este ano. A série Foi Assim e Foi Assado, de Chia Beloto, ganhou Menção Honrosa pelo júri da ABCA, este ano composto pelo animador Maurício Nunes, o designer, animador e quadrinista Raul Souza e a animadora e produtora Tânia Anaya.
Um dos principais eventos de animação do Brasil, o Animage retornou este ano com uma programação híbrida, com exibições online e sessões presenciais no histórico Teatro do Parque, que foi recém-inaugurado. O espaço recebeu exibições de alguns longas da programação, além da popular Mostra Erótica. A ocupação foi limitada a 300 lugares atendendo aos protocolos de prevenção ao Covid-19. Ao todo, considerando atividades presenciais e online, o festival contou com um público de 15 mil pessoas.
Premiados da Mostra Competitiva 2021:
Melhor Curta – Grande Prêmio ANIMAGE – Bestia, de Hugo Covarrubias (Chile)
Melhor Curta Infantil – La Source des Montagnes, de Adrien Communier, Camille Di DioI, Benjamin Francois, Pierre Gorichon, Briag Mallat e Marianne Moisy (França)
Melhor Curta Brasileiro – Carne, de Camila Kater (Brasil)
Melhor Direção – GENIUS LOCI, de Adrien Mérigeau (França)
Melhor Roteiro – Just a Guy, de Shoko Hara (Alemanha)
Melhor Direção de Arte – Moutons, Loup et Tasse de Thé…, de Marion Lacourt (França)
Melhor Técnica – Machini, de Frank Mukunday e Trésor Tshibangu (Congo)
Melhor Som – Affairs of the Art, de Joanna Quinn (Inglaterra/Canadá)
Menção Honrosa do Júri: Tapajós: Uma Breve História da Transformação de um Rio, de Alan Schvarsberg e Cícero Fraga (Brasil)