A revista Iris, a primeira publicação dedicada à fotografia no cinema brasileiro, está disponível. Com aprofundamento técnico e tom pessoal, os textos reunidos em cada edição são depoimentos de fotógrafas e fotógrafos que descrevem seus processos criativos e métodos de trabalho nos sets de filmagem, apresentados ao lado de um rico acervo de imagens associado a um design sofisticado.
Voltada para o público em geral e para profissionais do setor audiovisual, é uma publicação digital trimestral que preenche uma lacuna e atende a uma carência de intercâmbio de informações sentida na produção cinematográfica nacional. Todo o conteúdo é gratuito e está disponível na internet (iriscine.com).
A Iris é um projeto editorial dedicado à reflexão sobre a criação cinematográfica. Além de valorizar filmes da safra atual que se destacam pela fotografia, a revista também tem um papel de registro histórico, de estudo e de compartilhamento de conhecimentos, experimentos e vivências. Cada edição trimestral apresenta seis relatos de diretoras e diretores de fotografia atuantes em longas-metragens de ficção, séries, curtas-metragens, documentários, comerciais e videoclipes, além de matérias especiais e conteúdo-extra veiculados nas redes sociais e em um podcast. Os textos são acompanhados por frames, fotos de still, making of, infográficos, mapas de luz, vídeos, material bruto e outros recursos visuais interativos.
Criada pelos diretores de fotografia Azul Serra (Aos Teus Olhos, Turma da Mônica – Laços, Boca Boca), Pedro Sotero (Bacurau, Aquarius, Segunda Chamada – Temporada 2) e Rafael Nobre (Mataram Meu Irmão, Hamlet), também compõem o corpo editorial o jornalista Julio Cavani, a coordenadora Camila Prisco Paraiso, o designer gráfico e programador João Bosco, e João Pedro Gibran e Renato Groberman, responsáveis pelas mídias sociais e pelo podcast.
A edição de outubro traz colaborações de nomes consagrados da fotografia, como Adrian Teijido, que assina filmes e séries como O Palhaço, Gonzaga de Pai pra Filho, Dom e Narcos. Ele compartilha os desafios que resultaram no intenso e político longa Marighella, de Wagner Moura. A edição também traz histórias singulares, como a do encontro do fotógrafo espanhol Pedro J. Márquez (Ex-Pajé, Como Nossos Pais) com os povos originários, ao filmar os Yanomami para o documentário A Última Floresta, de Luiz Bolognesi. Já no curta-metragem Egum, Max Chagas revela como construiu uma atmosfera que mescla suspense místico e terror racial no premiado filme de Yuri Costa.
Com o relato do fotógrafo Fabio Politi, a revista também mergulha no universo de ficção científica cyberpunk do videoclipe da cantora Duda Beat “Nem um Pouquinho”, e na liberdade criativa da fotógrafa Julia Equi (“Amarração do Amor”, “Homens”) para o filme publicitário “Nature”, realizado para a Saalt. O desafio em equilibrar sofisticação e exotismo na minissérie do Canal Brasil Hit Parade também é contado por Wilssa Esser. E na seção Especial, Iris apresenta a trajetória da Associação Brasileira de Cinematografia ABC.
“Diante da escassez de conteúdo técnico e artística sobre a cinematografia brasileira, a Iris Cinematografia brasileira é uma fonte de inspiração e também uma vitrine para os profissionais, já que as edições são disponibilizadas em três línguas – português, inglês e espanhol”, diz o texto de apresentação.