19ª CineOP: Ouro Preto celebra o cinema de animação brasileiro e resgata clássicos do audiovisual

Programação audiovisual da Mostra de Cinema de Ouro Preto será gratuita, em espaços de exibição montados na Praça Tiradentes e no Centro de Convenções

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"Perlimps", de Alê Abreu. (Foto: Divulgação.)

A cidade de Ouro Preto se prepara para a 19ª edição da CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, evento que ocorre entre os dias 19 e 24 de junho. Única no circuito de festivais brasileiros a tratar o cinema como patrimônio, a mostra deste ano homenageia o cineasta Alê Abreu, conhecido por seu filme O Menino e o Mundo, indicado ao Oscar em 2016.

A CineOP celebra o cineasta Alê Abreu, cuja obra terá destaque ao longo do evento, incluindo a exibição de seus três longas-metragens: Garoto Cósmico (2007), O Menino e o Mundo (2014) e Perlimps (2023), além de diversos curtas-metragens. A homenagem reflete a curadoria focada na importância histórica da animação no Brasil. Outros nomes da animação brasileira estarão presentes, como Otto Guerra, Marão, Tânia Anaya, Irmãos Wagner, Marco Arruda, Nara Normande, Igor Bastos, Rosana Urbes, Sávio Leite, Catapreta e Wesley Rodrigues. A sessão de abertura, marcada para a noite de 20 de junho, apresentará seis curtas-metragens que traçam um panorama histórico da animação no país.

Com uma programação que inclui a exibição de 153 filmes provenientes de 7 países e 18 estados brasileiros, a CineOP oferece uma diversidade de atividades gratuitas. As exibições serão realizadas na Praça Tiradentes e no Centro de Convenções, e a programação se estenderá para plataformas online, como o site da mostra, Itaú Cultural Play e TV UFOP.

A Mostra Histórica tem como tema Cinema de animação no Brasil: uma perspectiva histórica, tema que pautou a seleção de títulos feita pelos curadores desta edição, Cleber Eduardo e Fábio Yamaji. Serão oito sessões temáticas, com exibições como o documentário Luz, Anima, Ação (Eduardo Calvet, 2013) e o mais recente longa de Marão, Bizarros Peixes das Fossas Abissais (2023).

“Queremos, de fato, promover um percurso histórico pelo cinema de animação brasileiro através de 8 sessões, sendo 3 de longas e 5 de curtas”, destaca Cleber Eduardo. “A animação vive um momento de efervescência e intensificação de produção no país, ao mesmo tempo em que se constata uma precarização do trabalho no setor especialmente com a alta demanda de canais de assinatura que precisam ocupar suas grades com material local. Isso também estará em discussão na mostra”.

A Mostra Contemporânea, curada por Cleber Eduardo e Mariana Queen Nwabasili, traz filmes que refletem sobre o passado e presente do cinema brasileiro. Destaques incluem Othelo, o Grande (Lucas H. Rossi dos Santos), Peréio, Eu te Odeio (Allan Sieber e Tasso Dourado), e a primeira exibição pública de Boom Shankar – O Filme Perdido do Guará (Sergio Gag).

A Mostra Preservação, focada em resgates cinematográficos, apresenta o longa Uma Vida para Dois (Armando de Miranda, 1953), o primeiro capítulo da telenovela Coração Alado (Janete Clair, 1980) e curtas restaurados como Chico da Silva (Pedro Jorge de Castro, 1976). Já a Mostra Educação, curada por Adriana Fresquet e Clarisse Alvarenga, destaca a relevância pedagógica do cinema com trabalhos de Sebastian Wiedemann e outros filmes produzidos em ambiente educacional. A Mostra Valores, focada em Ouro Preto, destaca Guilherme Mansur – Obra em Desdobra (João Dumans), que resgata a história do poeta e tipógrafo local.

A Cine-Escola e a Mostrinha são espaços dedicados a jovens espectadores, promovendo sessões de cinema seguidas de debates. Este ano, a animação mineira Chef Jack (Guilherme Fiuza Zenha) é o destaque da Mostrinha. Além das exibições, o evento contará com oficinas, workshops, masterclasses, lançamentos de livros, exposições, debates e rodas de conversa.