A 4ª Mostra Canavial de Cinema anunciou a programação completa deste ano, que terá como tema “Direitos Humanos”. O evento exibe filmes em diversas cidades do Interior de Pernambuco, começando por Condado e Goiana e terminando em Nazaré da Mata.
A curadoria da mostra oficial da 4ª Mostra Canavial de Cinema é do jornalista e crítico Rodrigo Almeida. Dentro da proposta do evento, foram preparados dois programas. “Do Canavial Para o Mundo” conta sete curtas: a animação Somos Somos (PE), de André Pyrrho e Paulo Leonardo; Nego Fugido (BA), de Cláudio Marques e Marília Hughes; Sophia (PB), de Kennel Rógis; Nº 27 (PE), de Marcelo Lordello; Malha (PB), de Paulo Roberto; À Margem dos Trilhos (PE), de Marcelo Pedroso e Pedro Severien; e A sombra de um delírio verde (MS), de An Baccaert, Cristiano Navarro, Nicola Mu.
Outros sete títulos formam o programa “Do mundo para o canavial”: Ameaçados (PA), de Júlia Mariano; Menino Aranha (PE), de Mariana Lacerda; O anão que virou gigante (RJ), de Marão; Marina não vai à praia (MG), de Cássio Pereira dos Santos; Eu não quero voltar sozinho (RJ), de Daniel Ribeiro; Ensaio sobre minha mãe (RJ), de Jocimar Jr; e O Clube (RJ), de Allan Ribeiro.
A organização da Mostra Canavial também montou uma mostra especial para o domingo (9/11) no Cineteatro Polytheama, em Goiana, com o longa Brasil S/A, de Marcelo Pedroso, e dois curtas produzidos na região: Paraíso dos Homens (PE), de Tony Rodrigues, sobre a arte a exploração em torno do sistema canavieiro, e O que se memora (PE), de Caio Dornelas e Ernesto Rodrigues, sobre personagens que se lembram e ainda se relacionam com cinemas que fecharam as portas: Urubatã (Goiana), Recreio Benjamin (Timbaúba) e Cine Lux (Nazaré da Mata).
“Da escravidão canavieira aos dias de hoje, a Zona da Mata Norte está historicamente pautada por relações de violência, sejam elas pessoais, econômicas ou políticas”, diz Caio Dornelas, idealizador e diretor da Mostra Canavial. “Já vínhamos discutindo isso desde a primeira edição da mostra, pois uma de nossas marcas é a discussão política bem delineada. Acreditamos que ações não podem ser só estéticas ou só políticas. Não dá pra separar arte da transformação social”.