Vingadores – A Queda

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MORTE E RENASCIMENTO
Brian Bendis conseguiu com a destruição do mais importante grupo da Marvel redefinir o rumo que a Marvel tomou até culminar com a Guerra Civil
Por Paulo Floro

VINGADORES – A QUEDA
Brian Michael Bendis (texto) e David Finch (arte)
[Panini, 184 págs, R$ 24,90]

Há quem diga que Vingadores – A Queda (Avengers Disassembled no original) foi o estopim para uma série de eventos milionários que a Marvel e o mercado de quadrinhos como um todo viveu desde o início dos anos 00. A série publicada por aqui na revista Os Poderosos Vingadores ganha agora uma versão encadernada, o que denota a importância que recebeu na cronologia Marvel recente, bem como seu potencial comercial, óbvio.

A saga mostra o fim dos Vingadores como o conhecemos. Três membros são mortos: o andróide Visão, o segundo Homem-Formiga (Scott Lang) e o Gavião Arqueiro. Até aqui, nada de muito diferente, já que a editora é expert em matar personagens como forma de alavancar vendas (e que a Panini usou muito bem nas suas capas do estilo “morre um herói”). É que os Vingadores, apesar da popularidade de seus membros dos nunca teve a atenção merecida por parte dos editores. O único evento de grande relevância, antes de A Queda e ainda hoje lembrado pelos fãs foi a briga entre as duas equipes – nos anos 90, o grupo era dividido entre Costa Leste e Oeste – que colocou pela primeira vez em conflito Capitão América e Homem de Ferro. A história foi publicada na revista O Incrível Hulk, da Abril.

O importante nesta saga foi a repercussão que o escritor Brian Michael Bendis conseguiu trazer para as histórias. Mestre nos diálogos certeiros, A Queda conseguiu atenção até de quem nunca se importou muito com as histórias do supergrupo. Muitos dos acontecimentos reverberam até hoje, muito pelo fato do autor exercer grande influência no direcionamento do Universo Marvel e também pelo fato de A Queda ser o estopim para uma série de eventos importantes, com Dinastia M e Guerra Civil. Entre os fatos que marcaram o inferno astral do grupo estão as já citadas mortes dos heróis, a Mulher Hulk enlouquecida (ela aderiu à fúria de seu primo, Hulk) e a destruição da mansão dos Vingadores.

Foi descoberto mais tarde que a Feiticeira Escarlate foi a responsável por tudo. Ela perdeu o controle de seus poderes de alterar a realidade e enlouqueceu. Transferida para ser tratada em Genosha por Charles Xavir, ela acabou dando origem a Dinastia M, uma das mais sagas mais controversas dos últimos tempos.

Bons frutos
Mesmo criticada por alguns fãs puristas, A Queda teve um impacto positivo no rumo que a Marvel tomou nos anos seguintes. A primeira dela é o teor mais adulto às histórias, proporcionados por nomes como Mark Millar, Paul Jenkins e o próprio Bendis. Agora, os heróis além de combater ameaças ao planeta também precisam repensar o seu papel enquanto indivíduos, gerando uma série de conflitos muito bem explorados.

panini vingadores a quedaDepois do grupo se desintegrar, Bendis tomou as rédeas também no argumento dos Novos Vingadores, equipe que substituiu o título. Formado por figurões da Marvel, como Homem-Aranha, Wolverine, Cage e Mulher-Aranha, o novo grupo foi criticado e acusado de apelar para nomes famosos para vender revistas. O roteiro no entanto estava bem à frente da maioria das histórias da editora e a HQ fez sucesso. Talvez a idéia de Bendis fosse criar uma Liga da Justiça à sua maneira, nunca foi elucidado.

Outro bom fruto foi Os Jovens Vingadores, uma das experiências mais bem-sucedidas de grupos juvenis, ao lado de Fugitivos. A Panini lança a edição encadernada apostando na popularidade que a saga teve quando foi publicada na revista mensal. Tanto que colocou um preço camarada levando-se em conta seus últimos lançamentos do tipo: R$ 24,90. Destaque também para o papel LWC, superior ao lançado anteriormente, em Pisa Brite (o primo rico do papel jornal). Com os extras que a edição traz, não faltam motivos para comprar o gibi.

NOTA: 8,0

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