Um ensaio visual sobre o isolamento. É assim que a videodança REDOMA, dirigida pelo pernambucano PV Ferraz, apresenta-se. O projeto, que conta com os recursos da Lei Aldir Blanc em Pernambuco, dialoga com elementos do cinema de ficção e da dança contemporânea a fim de refletir de maneira poética sobre o corpo em isolamento. A estreia ocorreu nesta quinta-feira (2), no Festival Internacional de Videodança do Rio Grande do Sul, e logo em seguida, a partir do dia 11, fará parte da programação do Festival ENTRETODOS, integrando a Mostra Confins.
A ideia da videodança surgiu em meio à quarentena causada pelo alto contágio do novo coronavírus. “O projeto foi idealizado e produzido dentro da minha própria casa. Havia uma forte necessidade de falar sobre esse assunto tão presente e de como o isolamento vem impactando a vida das pessoas”, explica PV.
Com o objetivo de somar diferentes linguagens artísticas, o autor convidou o dançarino Dielson Pessôa e o compositor Sam Nóbrega, que assinam a performance e trilha sonora do filme. “Diante de todas limitações que o momento exigia, optamos por um caminho estético minimalista para dialogar com o tema. Para além da pandemia, REDOMA reflete sobre o dilema atemporal da privação de liberdade em troca de proteção. Mas que nunca tinha sido vivenciado dessa forma pela sociedade contemporânea. A imagem, o corpo e o som formam os pilares do filme para contar essa história de fragilidades e potências.”, conta.
Para o bailarino Dielson Pessôa, que já integrou a renomada Companhia de Débora Colker, o processo coreográfico do filme foi super diferente do que ele estava desenvolvendo. “A experiência se tornou mais complexa porque me tira da zona de conforto. Trabalhar no cinema é um sonho que eu sempre tive e participar desse projeto foi uma oportunidade de expor meu trabalho de forma muito qualificada e diferenciada”, ressalta Dielson.
REDOMA foi selecionado para o Festival Internacional de Videodança do Rio Grande do Sul – FIVRS, realizado de 2 a 11 de setembro, e para o Festival ENTRETODOS (SP), que acontece de 11 a 25 de setembro. Devido à pandemia da Covid-19 e as medidas de distanciamento social, a maior parte da programação será exibida on-line e ficará disponível durante o período de realização dos festivais.