O MELHOR DO COQUETEL
Este ano o coletivo decidiu distribuir suas escolhas por quase um mês de programação, culminando agora com os dois dias de festival no Teatro da UFPE. Escolhemos as atrações imperdíveis e que valem a pena ficar de olho
Pelos Editores da Revista O Grito!
10 – Do Amor
Essa banda carioca lançou um dos melhores discos nacionais do ano e inovam no rock ao fazer música com humor sem detrimento da qualidade. Eles motivam a formação de um público que não coleciona preconceitos e traz no mesmo bolo ritmos como forró, carimbó e heavy metal. Durante todo o ano eles testaram as canções deste primeiro trabalho excursionando para shows em cidades como Belém e Salvador. Tocam no festival No Ar dentro da Sala Cine UFPE no sábado. Preste atenção em “Chalé”, “Pepeu Baixou em Mim” e “Isso é Carimbó”. Com sorte, as fãs mais afoitas ganham camisas customizadas
09 – Russo Passapusso
A imprensa brasileira que estava no Conexão Vivo em Salvador em julho deste ano teve contato com este músico baiano e viu que havia algo original ali. Frontman do Bemba Trio, Russo cumpre com criatividade o velho trabalho de reciclar estilos e unir sotaques regionais com ar fresco da música pop. Outro trabalho dele, o Baiana Sound System teve novo disco lançado este ano e é tido como um dos melhores trabalhos da cena indie de 2010.
08 – A Banda de Joseph Tourton
O Coquetel Molotov vem apostando as fichas nesse grupo pernambucano há tempos. Eles repetem escalação no festival, o que é incomum. E dessa vez tocam no palco principal, no sábado, mesmo dia do Dinosaur Jr. Revelação do pop local, eles fazem parte de uma recente leva de grupos que apostam no som instrumental. O primeiro disco saiu neste mês e teve produção de Felipe S e Marcelo Machado, ambos do Mombojó.
07 –Anna Von Hausswolff
Talvez a mais desconhecida entre as suecas que pisam em solo brasileiro este ano, Anna baseia seus shows em uma delicada, mas contundente performance no piano. Dali saem desde melodias singelas a letras pesadas de Neil Young. Ela é atualmente um dos principais nomes da nova cena sueca e promessa do pop indie mundial. Trabalha o seu disco Singing From The Grave, de onde saiu o single “Track Of Time”.
06 – Taken By Trees
Esse talvez seja o principal nome da “Invasão Sueca”, uma parceria com a Suécia que desde a primeira edição abastece o festival com novidades da música desse país nórdico. A intenção dos produtores era trazer este ano nomes realmente novos para mapear a produção sueca antes de alcançarem projeção mundial. Victoria Bergsman talvez seja uma exceção. Esse seu projeto solo vem após uma carreira marcada por sucessos, como a participação do megahit “Young Folks”, do Peter Bjorn & John e na versão da música “My Girls”, do Animal Collective. Seu disco mais novo, East Of Eden foi gravado no Paquistão.
05 – Soko
Com apenas 24 anos, Stéphanie Sokolinski, a francesinha Soko, já coleciona experiência no showbiz. Começou como atriz em filmes de seu país como Lês Irréductibles, Dans lês Cordes e iniciou a trabalhar como cantora após assinar a trilha de uma dessas produções, em 2006. Até agora lançou um EP, Not So Cute, onde conseguiu deslanchar ao menos um hit, “I’ll Kill Her”, cantado com um forte sotaque em inglês. Como Cat Power, ela se esconde sob uma falsa aura de menina doce para desfilar letras ferinas sobre romances, homens, agruras da alma feminina. Com tão pouca idade, podemos estar vendo o início de uma longa carreira dessa artista, que tem todos os artifícios para ficar famosa no mundo todo. Isso pode ser uma baita sorte.
04 – Emicida
Esse rapper paulista é tido como um dos responsáveis pela renovação do Hip Hop nacional. Seu nome artístico é uma sigla para “Enquanto Minha Imaginação Compor Insanidades Domino a Arte”. Anda fazendo sucesso por conta de empolgados entusiastas na web. Nenhum disco novo por enquanto, mas tem conseguido boa repercussão com mixtapes gravadas com amigos da cena rap de São Paulo. Chama atenção sua habilidade com rimas, e um carisma que conquista até que não se interessa muito pelo gênero.
03 –Dinosaur Jr.
Era o nome mais aguardado antes mesmo da programação ser anunciada. Formados pelo guitarrista J Mascis, o baixista Lou Barlow e o baterista Murph, são citados como influência por Sonic Youth, Mudhoney e até o Nirvana, eles chamam atenção por estarem produzindo músicas novas e viverem um bom momento, algo complicado para bandas egressas dos anos 1980. O disco mais recente, Farm, recebeu boa cotação da crítica especializada e tem hits como “Said The People” e “I Don’t Wanna Go There”. Este primeiro foi utilizado no seriado indie britânico Skins, que fala sobre adolescentes. Isso dá para ter uma ideia de como a relevância desses americanos está renovada, com novos e velhos fãs disputando espaço na plateia.
02 – Miike Snow
Divulgado apenas de última hora, esses suecos não fazem parte do pacote que a produção do Coquetel Molotov costuma trazer a cada edição. Foram trazidos por uma produtora paulista que armou outros shows da banda pelo País. É que esse trio de produtores conseguiram sair das fronteiras do seu país natal e alcançaram projeção mundial, dialogando com a cena de rock dançante atual. Formado pelo cantor e compositor Andrew Wyatt, e pelos produtores Christian Karlsson e Pontus Winnberg, mais conhecidos como Bloodshy & Avant, que já trabalharam em músicas de artistas como Kylie Minogue, Madonna e Britney Spears. Eles lançaram um disco homônimo ano passado, também bastante elogiado. No festival No Ar, a expectativa é que eles toquem uma versão de “Toxic”, de Britney. Deles, devem animar a pista, digo, o teatro, os hits “Animal”, “Silvia” e “The Rabbit”.
01 – Otto
Encerrando a primeira noite do festival, Otto é a maior novidade este ano. Chega ao No Ar em um momento inédito na carreira, cada vez mais autoral, mas, curiosamente mais popular do que nunca desde que lançou seu primeiro disco, Samba Pra Burro. Tocando em novelas das oito da Globo e elogiado no New York Times, o músico pernambucano agora faz parte de um primeiro escalão (se é que isso existe) do pop brasileiro.
Em entrevista à Revista O Grito!, o músico falou desse seu momento: “Esse não é meu melhor disco, parem de dizer isso”, reclama. “Uma carreira não se constrói de um disco, minha música não se faz em um disco”. Mas reconhece: “Eu canto melhor, eu toco melhor e o público é maior, por isso repercute mais”.
A produção do Coquetel Molotov assinou contrato com o artista para que não se apresentasse no Recife durante esse ano, para dar um toque exclusivo para esse show. Pediu também um show mais intimista, para o teatro, diferentemente dos shows em que tira a roupa, rola no palco e termina todo molhado. Se ele vai obedecer, só saberemos nessa sexta.