O pernambucano Tagore reafirma suas raízes no quarto álbum da carreira, Barra de Jangada, que sai em parceria com o Selo Estelita. Em uma homenagem aos timbres e arranjos criados por Paulo Rafael (Ave Sangria), guitarrista que acompanhou por anos Alceu Valença, Tagore emula a sonoridade criada por Paulo e que marcou sua infância crescendo em Pernambuco nos anos 1990. O álbum já está disponível nas plataforma digitais.
“Utilizei um recorte 80 da música pernambucana/nordestina, tendo como principais referências discos lançados nessa década por Alceu como Cavalo de Pau (1982), Cinco Sentidos (1981), Mágico (1984), Leque Moleque (1987) e Anjo Avesso (1983). A escolha por esse período vem do resgate das minhas memórias associadas a ele, bem como a vontade de homenagear Paulo Rafael e seu estilo único de tocar e produzir, desenvolvido nessa época ao lado de Alceu”, comenta Tagore.
Em clipe já lançado e homônimo ao álbum, “Barra de Jangada” deixa explícita as referências citadas, pois na música mescla a atmosfera de dois hinos do bicho maluco beleza: “Como Dois Animais” e “Solidão” fazendo uma homenagem também ao bairro de mesmo nome no sul de Recife, onde viveu com a família. No clipe, pega imagens de japoneses que passaram por Recife no final dos anos 80 e mostra em VHS como era a paisagem naquela época.
A produção é uma parceria de Tagore com Pedro Diniz (baixista do Mundo Livre S/A) e João Cavalcanti, que trabalharam juntos para renovar a sonoridade da década de 80. Por isso, o artista cita nomes como Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Fagner e Zé Ramalho como referências e influências para o novo álbum.
Entre as participações especiais do álbum está Juliana Strassacapa (Lazúli), uma das vocalistas da Francisco El Hombre em “Amor Perfume”, música mais antiga do disco que ganhou nova roupagem trazendo as vozes para o centro da canção. Juba Valença também faz partição com vocais e triângulo na canção “Maré Minina”, Clayton Barros está na viola de “Paixão Revirada”, Cássio Cunha, baterista de Alceu Valença aparece em sete faixas do disco, além do trecho de uma entrevista de Lula Cortês em “A Mais Bela Devoradora De Vaidades”.