Para mostrar que a cultura deve ser valorizada – já que é uma saída justa e democrática para a crise humanitária que vivemos -, é realizada a 2ª edição do São Paulo Sem Censura, evento híbrido que garante uma maratona cultural gratuita e livre. A nova programação ocorre entre os dias 3 e 6 de junho, contempla intervenções artísticas híbridas e debates com grandes personalidades do meio cultural, e faz um convite à população para refletir sobre a importância da cultura para a defesa da democracia e do pleno exercício da cidadania.
O evento terá atividades sediadas por equipamentos culturais da cidade, como o Theatro Municipal, o Centro Cultural São Paulo (CCSP), o Centro Cultural da Juventude (CCJ), além de ações em ruas e avenidas, da Paulista até Itaquera.
Entre apresentações de montagens teatrais, intervenções urbanas e mostras de cinema, as atividades abordam a ação orquestrada de cerceamento de manifestações artísticas, a censura institucional com paralisações de projetos na Lei Rouanet e Ancine, as sistemáticas investidas contra a imprensa e o silenciamento de grupos marginalizados.
Sob os protocolos sanitários do Plano São Paulo, todas as ações que envolvem a programação do Festival respeitam as orientações das autoridades de saúde.
Programação
A programação é dividida em quatro eixos: “Excluídos da Fundação Palmares”; “Censura Prévia na Rouanet e Ancine”; “Liberdade de Imprensa e de Expressão”; e “Políticas de Silenciamento”.
Entre as ações, está a intervenção artística “Circuito Urgências: Palmares é Aqui!”, marcada para as imediações do Centro Cultural da Juventude (Vila Nova Cachoeirinha), da Comunidade Cultural Quilombaque (Perus) e da Praça Brasil (Itaquera). Trata-se de um vídeo em homenagem aos excluídos da lista de personalidades da Fundação Palmares, com depoimentos e imagens de arquivo ressaltando a importância e legado destas personalidades para a cultura brasileira – são nomes como Zezé Motta, Lea Garcia, Janete Pietá, Leci Brandão, Emanuel Araújo e Elza Soares. Montados em formato “LED Truck”, os veículos vão percorrer caminhos até o centro da cidade.
O Theatro Municipal de São Paulo vai receber uma leitura dramatúrgica da peça “Santo Inquérito”, uma das mais importantes peças modernas do teatro brasileiro, com direção de Bete Coelho.
Para o Festival Verão Sem Censura, a Cia. BR116 propõe um tribunal dramatúrgico, onde os atores lerão trechos da peça a fim de suscitar debate. Após a peça, uma mesa de conversa vai reunir o Padre Julio Lancellotti, o secretário Alê Youssef e a advogada Cris Olivieri.
A Biblioteca Mário de Andrade recebe uma programação especial de encontros online por meio de seu canal de Youtube. Serão quatro debates, sempre às 11h, com convidados que atuam em campos como a literatura, o teatro, o cinema, a imprensa e as redes sociais. Serão debatidas questões como a arte e os direitos humanos em tempos de restrição, o papel da imprensa na defesa da democracia, as dificuldades de artistas e autores de diversos campos de criar e produzir em tempos de restrição. Participam nomes como João Paulo Cuenca, Eliane Robert Moraes, Mário Magalhães e Viviane Ferreira, diretora da Spcine.
Já a curadoria de cinema do CCSP apresenta a mostra digital SP Sem Censura, que irá do dia 3 ao dia 17 de junho e destaca o trabalho de quatro coletivos independentes de cinema de São Paulo e outras regiões do Brasil: Babado Periférico, Astúcia, Mbyá-Guarani de Cinema e o coletivo pernambucano Surto & Deslumbramento. A mostra irá exibir uma seleção de filmes de cada coletivo por streaming (que incluem curtas, médias-metragens e episódios de webséries) e vai convidar os artistas de quatro destes coletivos para uma pocket entrevista de apresentação, transmitidas via redes sociais, e uma pequena seleção de seus filmes, que incluem clipes, curtas e longas-metragens e web-séries, que vão ocupar o site do CCSP.
O Surto & Deslumbramento exibe os curtas “Primavera” dirigido por Fábio Ramalho e “Kibe Lanches” de Alexandre Figueirôa. Uma abordagem particular da “viadagem” é uma das características em comum entre os filmes do coletivo pernambucano formado por Chico Lacerda, Rodrigo Almeida, André Antônio e Ramalho. Para eles, entre outras possíveis interpretações, a palavra “Surto” seria uma afirmação dos delírios e “Deslumbramento” seria uma liberdade para assumir excessos.
Como parte do Festival Sem Censura, o departamento de Difusão da Spcine irá trabalhar uma programação online na Spcine Play e uma presencial no Centro Cultural São Paulo, dentro do Circuito Spcine. Serão uma série, além de curtas e longas-metragens com temáticas variadas, que envolvem desde a política até a diversidade sexual e racial, em pontos diferentes do Brasil.
Casas de Cultura, Centros Culturais e Teatros da cidade também elaboraram uma programação como parte do festival.
Confira a programação: