Quando os integrantes da Supercombo estavam em pré-produção do novo álbum, ouviram um comentário bem-humorado de que algumas de suas canções pareciam um caranguejo, que tinham “uma cara meio estranha, que ía para um lado e depois para o outro”, talvez sem muita definição.
A partir desse momento, decidiram que o disco teria esse nome e perceberam a figura do caranguejo e seus simbolismos como uma forte presença no trabalho, sendo protagonista do clipe e da capa. Nesse álbum, o grupo traz o rock como matéria principal, mas também flerta com outros ritmos brasileiros, incluindo o piseiro, que serviu de base para o primeiro single, “Piseiro Black Sabbath”.
“Fizemos esta quase de brincadeira, gravando todo mundo na mesma sala, no mesmo estúdio. Começamos a experimentar uns ritmos brasileiros, o piseiro ficou bom e fomos encaixando a música”, comentou a baixista e vocalista Carol Navarro.
O álbum abre com o rock “A Transmissão”, que remete um pouco aos primeiros discos da banda, em seguida “Piseiro Black Sabbath” traz a versatilidade já característica da Supercombo e o som fica mais pesado na irônica “Hoje Eu Tô Zen”. “Alento” é um pop/rock perfeito com um refrão escrito por Leo Ramos para sua filha. A última faixa, “Alfaiate”, narra os dramas de uma pessoa sem autoestima usando o universo da costura como metáfora.

“A gente é uma banda de rock. Sempre tem algumas brasilidades e compomos em português, mas a gente gosta mesmo é de riff de guitarra”, comenta Paulo Vaz.
Caranguejo é o disco mais produzido da carreira da Supercombo, com mais recursos eletrônicos. Além da própria banda, o jovem produtor Victor de Souza, o Jotta, assina tanto a produção como a pós-produção. “ele transita muito nesse universo do pop, do hiperpop e da música urbana. O trabalho que fizemos juntos foi fundamental para esse resultado”, comentou Leo Ramos.
Pensando em como agrupar as faixas do disco, Leo deu a ideia de dividir o álbum em duas partes paralelas onde as faixas de uma metade complementam a sua correspondente na outra metade do disco. Nesse arranjo, a primeira faixa da Parte 1 está ligada à primeira faixa Parte 2 e assim vai.
“Fora isso, achamos que ter dois momentos para o álbum seria uma forma de dar mais atenção às canções, já que vivemos numa era meio imediatista e viciada em singles”, comenta André Dea.
Assim sendo, a primeira parte de Caranguejo é para ser saboreada com tempo e atenção a todos os detalhes e depois ainda ficar na expectativa do que virá em 2026. Caranguejo é um lançamento da gravadora Deck.



