Sandália de Prata lança seu quinto álbum de estúdio

Com participações especiais de Jota.Pê, Tássia Reis e DJ Nato PK, o novo trabalho mescla diferentes gêneros da música preta brasileira

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(Foto: José de Holanda/ Divulgação)

“Amanheceu e eu segui em frente o meu caminho.” Com este verso de Saulo Duarte, a cantora e compositora Uli Costa apresenta ao mundo os novos ares, sonoridades e caminhos de sua banda, Sandália de Prata, em seu quinto álbum, que celebra quase 22 anos de carreira sólida. O disco sucede Maloqueiro e Elegante (2017), Desafio ao Galo (2011), Samba Pesado (2009) e Sandália de Prata (2007), todos lançados de forma independente pelo selo Brasuca Discos.

Uli Costa e Sandália de Prata já está disponível nas plataformas digitais e, em breve, será lançado também em versão física no formato LP. A produção musical é assinada pela dupla Brazuk, composta pelos vencedores do Grammy Latino Júlio Fejuca (Liniker, Marcelo D2, Emicida) e Ricardo Gama (Milton Nascimento, Chitãozinho e Xororó, Sambô), além da própria Uli Costa, vocalista do grupo.

Para este lançamento, a artista e sua banda, ao lado da produção, decidiram manter fidelidade às suas raízes e adotar estratégias da época pré-streaming: o álbum foi entregue a DJs de diferentes estilos, que são referência nos bailes de todo o país, antes de ser lançado nas plataformas digitais. A ideia foi fazer com que a experiência de escuta acontecesse primeiramente nas pistas e, só depois, nos tocadores digitais.

Uli Costa por José de Holanda @josedeholanda
(Foto: José de Holanda/ Divulgação)

“Ah, eu sou nascida nos anos 70, criada no Capão Redondo, cresci nos bailes black da periferia de SP, onde os DJs sempre reinaram absolutos. Foi uma escola e tanto, ouvindo samba, soul, funk, jazz, samba-rock e, mais tarde, o rap. Acho que até por isso a história da banda sempre caminhou junto e cresceu com os DJs, que sempre nos fortaleceram, divulgando nossa música para muita, muita gente. Sempre tivemos o respeito de DJs de várias gerações, e esse respeito e admiração são recíprocos! Daí surgiu a ideia e a vontade de lançar esse novo som do Sandália à moda antiga, de maneira mais analógica, privilegiando os DJs e o público que sempre nos prestigiou!” afirma Uli Costa.

Com uma atmosfera solar, otimista, dançante e urbana, as oito canções exploram sonoridades tão diversas quanto samba, rap, afrobeat, jazz, MPB e soul, com ecos de Cassiano, Tim Maia, Fela Kuti, Elis Regina e Evinha, mas sempre com a identidade e personalidade próprias da banda.

O universo de composições conta com a colaboração de Ellen Oléria em “Leriado”, um pagode romântico, Saulo Duarte na luminosa “Amanheceu”, que abre o álbum com um arranjo de cordas que remete a Curtis Mayfield, e “Descendo essa Ladeira (Piquenique)”, na qual Uli Costa divide os vocais em uma deliciosa prosa com Jota.pê.

Lino Krizz mantém a tônica otimista em “Nesse Lugar”, canção que conta com a participação especial do DJ Nato PK (que participa ainda de outras três faixas), e o carioca João Sabiá aparece com a romântica e malemolente “Vamos Confiar”. “Roupa de Tirar” é um provocante samba-rock-rap, em parceria com Tássia Reis, exaltando o poder feminino tanto na letra quanto nas vozes.

CAPA DO DISCO
Capa do disco (Divulgação)

A hipnótica e potente “Preta Nobre”, parceria com Edivaldo Gonçalves, traz clara inspiração no afrobeat e referências ao clássico dos bailes black Check My Machine, de Paul McCartney, além de um sample do poema Me Gritaron Negra, de Victoria Santa Cruz, ícone da cultura afro-peruana. Fechando o álbum, Uli e banda nos brindam com o belo samba de terreiro “Amuletos”, de Fred Dutra, Cláudio Alcântara e Sérgio Dantas.

O projeto conta com o patrocínio do #Proac2023, Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.