Robô Selvagem
Chris Sanders
EUA, 2024. 1h41. Gênero: Aventura/Animação. Distribuição: Universal Pictures.
Não há dúvidas sobre o compromisso da DreamWorks com a excelência quando um novo projeto é anunciado, e Robô Selvagem é a mais recente confirmação dessa premissa. Com um histórico de sucessos notáveis, as expectativas em torno deste longa-metragem são elevadas, e o filme, dirigido por Chris Sanders, responsável por obras como Lilo & Stitch e Como Treinar o Seu Dragão, entrega uma experiência cinematográfica que impressiona pela profundidade emocional e pela técnica.
A narrativa gira em torno de ROZZUM 7134, ou Roz (Elina de Souza), uma unidade robótica que, após um naufrágio, se vê isolada em uma ilha desabitada. Sem memória de como chegou ao local, Roz enfrenta o desafio de sobreviver em um ambiente selvagem e inexplorado.
Com o tempo, ela interage com a fauna local e tenta entender o seu novo habitat, estabelecendo uma conexão especialmente significativa com uma raposa solitária, Astuto (Rodrigo Lombardi), e um filhote de ganso, carinhosamente chamado de Bico-Vivo (Gabriel Leone). O longa-metragem é uma adaptação da obra homônima do autor Peter Brown.
O longa-metragem é uma imersão em cenários carregados de cores e movimento, resultado de uma animação fluída e estilizada. Essa inovação, já observada na DreamWorks com Gatos de Botas 2, é ainda mais aprimorada aqui. A cinematografia confere uma profundidade significativa à obra, refletindo diretamente no sentimento que busca transmitir. Estes aspectos se harmonizam agradavelmente com personagens carismáticos que se destacam na tela.
Robô Selvagem oferece reflexões sobre a jornada da maternidade e o sentimento de pertencimento. O componente emocional sustenta a narrativa ao longo de todo o filme, cativando o espectador do início ao fim. Um ponto de interesse é a forma como os momentos importantes são distribuídos de maneira equilibrada, evitando qualquer sensação de cansaço na narrativa. A relação de cuidado entre Roz e Bico-Vivo proporciona diversos momentos tocantes.
É importante destacar também a trilha sonora, composta por Kristopher Bowers. No longa, ela desempenha um papel ativo na narrativa, mesclando-se com a animação e intensificando as emoções apresentadas na tela. Robô Selvagem é um exemplo notável de como a harmonia entre os elementos cinematográficos pode resultar em um produto de qualidade, independentemente do gênero abordado. Isso é reflexo de uma direção competente e do trabalho de toda a equipe envolvida.
O cinema atual está testemunhando uma variedade crescente de longas-metragens que exploram novos estilos de animação, e é gratificante ver essa fase de inovação. Neste filme, a dinâmica entre os cenários é bem elaborada, e em certos momentos, o espectador tem a impressão de estar diante de uma grande tela pintada à mão. O cuidado com os detalhes é evidente ao longo da obra.
Robô Selvagem soube equilibrar habilmente o diálogo com o sentimento, entregando um resultado que é ao mesmo tempo divertido e criativo. Se até o momento “Divertida Mente 2” liderava a corrida para o prêmio de Melhor Animação no Oscar, agora a disputa é outra.