Resenha: Austra faz dance pop para um mundo alienado e distópico

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Nome artístico da canadense Katie Stelmanis, Austra aprofunda em seu terceiro álbum seu universo distópico que inclui uma total alienação da humanidade, sucumbida pela ansiedade trazida pela tecnologia. Fazer algo tão pesado à la Aldous Huxley combinar bem com uma música dance de batidas viciantes é o maior trunfo de Austra.

Ela ainda adiciona vocais teatrais cuja interpretação vai ficando grandiloquente, quase kitsch, a exemplo dos agudos em “I’m A Monster”. Interessante que um disco como esse tenha saído uma semana depois da posse de Trump, o que serve de trilha para a confusão que geral sentiu em relação ao momento histórico e das dúvidas que surgem sobre qual futuro pós-apocalíptico nos aguarda.

Sonoricamente, Future Politics se apropria do melhor da música eletrônica de diversas décadas, ainda que não traga nenhum elemento verdadeiramente novo. Mergulhando fundo em referências da newwave temos batidas melancólicas pero dançantes como “I Love You More Than You Love Yourself” e “Utopia”. É interessante ver como o dance vem forçando inovações e se arriscando, a exemplo de ANOHNI e outros nomes, o que reforça como a pista de dança sempre refletiu seu tempo com clareza.

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