Arte Original Recife Aniversario Devassa Rogi Silva

Recife tem um coração: Os quadrinhos pernambucanos que retratam a cidade

No aniversário de 484 anos do Recife, Plaf e Devassa celebram a criatividade de quadrinistas locais e suas visões originais da icônica capital pernambucana

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Arte por Rogi Silva.

Recife é cantada em clássicos da música pop brasileira e é cenário de filmes e livros há mais de um século. Sem falar das diversas gerações de artistas plásticos que se inspiraram na cidade para criar suas obras. Com os quadrinhos não foi diferente. A capital pernambucana, que completa neste 12 de março 484 anos, está presente em trabalhos importantes das HQs brasileiras. 

A convite da Devassa, a Plaf fez uma curadoria de quadrinhos que se apoiam no imaginário do Recife para criar suas narrativas. São obras de diferentes épocas e estilos, mas que trazem em comum a energia da cidade em suas páginas. 

Para comemorar a data também convidamos o premiado artista pernambucano Rogi Silva para ilustrar uma arte em homenagem ao aniversário do Recife. 

Simbora conhecer a nossa lista de obras?

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O Obscuro Fichário dos Artistas Mundanos, de Clarice Hoffmann (Cepe)

Inspirada no projeto de pesquisa O obscuro fichário dos artistas mundanos, realizado entre os anos de 2014 e 2017, este livro transforma em quadrinhos dados do Departamento de Ordem e Política Social (Dops), registrados em Pernambuco sobre mais de 400 pessoas de passagem pelo Estado, entre as décadas de 1930 e 1950. Além de trazer como cenário a Recife da primeira metade do século passado, a obra traz uma reflexão muito atual dos riscos do autoritarismo e da importância da arte enquanto resistência política. A obra foi indicada ao Prêmio Jabuti de 2020. 

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Sombras do Recife, de Roberta Cirne (Independente)

A quadrinista e historiadora Roberta Cirne se inspirou nas lendas de terror do Recife para criar este compêndio de histórias assombradas. As narrativas conectam a história do Recife – e mais especificamente da sua evolução urbana e cultural – com o imaginário popular de terror que todo recifense cresceu ouvindo, como o “Boca de Ouro” e a “Emparedada da Rua Nova”. 

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Cena de “Aterro”, presente em Pedra Pome. (Divulgação).

Pedra Pome, de Rogi Silva (Goteira)

Este gibi reúne quatro histórias lançadas anteriormente como revistas independentes: Aterro, Mergulhão, Planta e a inédita Pedra Pome. As HQs se inspiram no Recife e seu entorno para criar histórias cheias de imaginação e afeto. A HQ foi a vencedora de 2020 do Prêmio Dente de Ouro, entregue pela Feira Dente de Publicações Independentes, realizada em Brasília. 

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Algumas Assombrações do Recife Velho, de André Balaio e Téo Pinheiro (Global)

Seguindo a mesma proposta de explorar a riqueza das histórias de terror do Recife, a dupla André Balaio e Roberto Beltrão decidiram adaptar parte da obra Assombrações do Recife Velho, de Gilberto Freyre. Estão aqui histórias clássicas do terror pernambucano como o Papa-Figo, o Visconde Encantado, o Lobisomem Doutor e o Boca de Ouro. Balaio é autor de várias obras em que explora a temática do Recife Assombrado. 

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Tô Miró, por Vários Autores (Casa do Cachorro Preto)

O poeta pernambucano Miró da Muribeca teve sua produção periférica, urbana e contestadora transformada em HQs nesta antologia que reuniu cinco ilustradores e quadrinistas pernambucanos: Raoni Assis, Flavão, Ayodê França, Shiko e Christiano Mascaro. Os textos foram escolhidos pelo próprio Miró com curadoria de Raoni Assis e Sheila Oliveira. Miró é conhecido pela sua impressionante oralidade que dá imagem e poesia ao cotidiano. Nascido em 1960 ele faz poesia e crônicas desde 1985 e já teve trabalhos publicados e premiados em todo o País. 

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Ragu – Vários números (Antologia, independente)

Criada no Recife nos anos 1990, a Ragu é uma das mais importantes revistas em quadrinhos do país e ficou conhecida por apresentar trabalhos inovadores no campo das HQs, com participação de autores brasileiros e estrangeiros. Já participaram da antologia, que teve ao todo sete números: Lélis, Cau Gomez, Kipper, Guazzelli, além dos seus criadores, João Lin e Mascaro. Para este ano, a Ragu retorna em grande estilo com um livro editado pela Cepe em parceria com a Plaf e os editores originais da publicação. 

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1817 – Amor e Revolução, de Paulo Santos de Oliveira e Pedro Zenival (Cepe)

A adaptação da obra A Noiva da Revolução conta a história de amor que serviu de símbolo para a Revolução de 1817 no Recife, uma das mais importantes revoltas ocorridas no Brasil. O episódio deixou importantes legados para os pernambucanos, como a sua bandeira, o feriado da Data Magna (6 de março), além de uma galeria de heróis, como Cruz Cabugá, Vigário Tenório, entre outros. A HQ foi lançada em 2017 como parte da comemoração dos 200 anos da revolução. 

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Polinização, de Júlio Cavani e Cavani Rosas (Cepe)

Esta HQ distópica se passa em Deep River, uma cidade fictícia que é bastante inspirada no Recife (uma megalópole às margens do rio), sobretudo em relação às questões ambientais. Habitada por seres antropomórficos, a cidade vive momentos de revolta depois de um pólen, um entorpecente leve usado como droga recreativa é proibido. A HQ foi escrita por Julio Cavani e desenhada por seu pai, o artista plástico e quadrinista Cavani Rosas. 

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Colcha de Retalhos, de Celso Hartkopf e André Valença (publicado na Revista Continente)

Os artistas André Valença e Celso Hartkopf imaginaram nesta HQ uma conversa com Alceu Valença sobre as peripécias da criação de seu disco Vivo, lançado em 1976. O álbum é um dos registros mais icônicos do músico e foi muito influenciado pela psicodelia. A HQ traz uma narrativa em quadrinhos apoiada no universo estético do músico.