Quanta Ladeira “comeu” Dilma e outros desafetos no Rec Beat

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Foto: Caroline Bittencourt / Divulgação

Por Rafaella Soares

De paródias sobre o ditador egípicio Abdel Mahmud, até as já esperadas piadas com os prefeitos João da Costa e (o ex) João Paulo: o Rec Beat 2011 manteve o caráter debochado que agrega milhares de pessoas no domingo de Carnaval, sempre por volta das 16h, no pólo Mangue (Rua da Alfângega), dentro do Rec Beat.
O domingo (6) foi de Lula Queiroga, Slvério Pessoa, Braulio Tavares, Zé da Flauta e companhia ilimitada e flutuante – esse ano, acrescidos da já habituè Fafá de Belém, Chico César, além de Vitor Araújo, e com execução da banda Mamelungos.

Nada escapa à tiração de onda sem mea culpa dos amigos pernambucanos: o urinol público que Olinda vira no período de Momo, a própria instituição Carnaval, os já anteriormente zoados Fábio Assunção e Amy Winehouse, família Sarney, Ronaldo Fenômeno, e até a presidente Dilma.

O artilheiro aposentado foi homenageado com a versão “Fura gay e fura gol” (Should I stay or should I go); “Família” (Titãs) virou “Quadrilha”, singela homegaem à família Sarney, com citação explícita a suas manobras nepotistas, “Construção” (Chico Buarque), virou uma epopéia sobre conseguir fazer xixi em Olinda.

Entre espectadores globais e políticos da cidade (Thiago Lacerda, Raul Henry), o bando fez troça com algumas das instituições mais respeitadas, desde religiosas até questões de gênero. Apesar da revange do sexo feminino (Fafá de Belém revidou a esculhambação de “Se minha mulher encher” – versão irônica de “Quando a maré encher”, da Nação Zumbi), e aproveitou para mandar um recado público à diva baiana Daniela Mercury (já achincalhada em novembro último pela filósofa Márcia Tiburi na Fliporto 2010), o que dá o tom é o escracho politicamente mega incorreto.

Esse ano, os desfalques de Lenine, a empolgadíssima Nena Queiroga e de algumas starlets da música que estão entre Recife e Olinda nessa agenda de Carnaval (Maria Gadú, Thalma de Freitas, Céu), forma sentidas, mas quem já tem como certo a beira do Capibaribe para curtir a concentração do maior bloco que não sai do canto, não perdeu a viagem e se divertiu do mesmo jeito, esperando por mais um ano, apesar da confirmação de um outro Quanta ficar sempre no ar, como o aroma de uma baseado. Ah, esse ano, Chirumba himself apareceu!