Panini lança clássicos escritos por Stan Lee em edição econômica para as bancas
A Panini lança mais uma coleção com os clássicos da Marvel, só que desta vez com uma proposta popular, vendida em bancas. Bem diferente dos livros de luxo da Biblioteca Histórica, que custava em torno de R$ 60. Agora, é possível curtir histórias assinadas pelos mestres Joe Simon e Stan Lee pagando menos. É algo parecido com o que a editora fez com as histórias mais recentes, dos anos 70 e 80 na série Os Maiores Clássicos.
Neste primeiro volume a estrela é Capitão América, aproveitando o sucesso do longa dos Vingadores. Entre as histórias, temos a famosa luta contra o Hulk, o confronto com o Caveira Vermelha pelo Cubo Cósmico e a morte do Sentinela da Liberdade. Indispensável em qualquer coleção, a revista traz o primeiro número de Captain America, de março de 1941, com o herói dando um soco em ninguém menos que Adolf Hitler (a imagem era só para chamar atenção, o genocida mais famoso do mundo não aparece nas páginas internas).
A edição da Panini tem um design muito bonito, mas poderia caprichar mais nos extras. A escolha do papel off-set (em detrimento do pisa brite, mais pobrinho) é uma opção boa para realçar a arte de Kirby e Steranko, nomes que definiram o estilo do gênero super-heróis nas décadas seguintes. Muita gente que comprou os livrões da Biblioteca Histórica, no entanto, poderá reclamar, já que a editora não deve continuar com novas edições agora que criou uma nova coleção mais barata com a mesma proposta. [Paulo Floro]
COLEÇÃO HISTÓRICA MARVEL VOL. 1 – CAPITÃO AMÉRICA
Stan Lee, Joe Simon (texto), Jack Kirby, Jim Steranko (arte)
[Panini Comics, 164 págs, R$ 19,90 / 2012]
Tradução: Marcelo Soares e Rodrigo Guerrino
Nota: 7,2
Dupla responsável por 100 Balas retorna com HQ pós-apocalíptica
A aclamada dupla responsável pela premiada 100 Balas retorna na nova HQ, O Homem do Espaço com um conceito bem diferente. Num mundo pós-apocalíptico, o brutamontes Orson, espécie de primata evoluído ganha a vida recolhendo sucata. Ele foi treinado para uma viagem ao espaço que nunca aconteceu. Ele segue uma vida sem muita perspectiva até que se envolve em um sequestro envolvendo um casal de celebridades.
A minissérie tem nove partes e será publicada por aqui na revista mensal Vertigo, que iniciou em abril uma nova fase, com todas as histórias começando novos arcos. Azzarello chama atenção por ousar criando um novo dialeto para este mundo. É um modo de falar bem particular que deu trabalho ao tradutor da série por aqui. Risso traz para a HQ seu estilo de feições bem expressivas nos personagens e um ótimo jogo de luz e sombra que já estávamos acostumados em 100 Balas. A chegada desta HQ elevou bastante o nível de qualidade da revista mensal.
O HOMEM DO ESPAÇO
Brian Azzarello (texto) e Eduardo Risso (arte)
[Publicado na revista mensal Panini, 100 págs, R$ 9,90 / 2012]
Tradução: Guilherme da Silva Braga
Nota: 8,2
Poema Uivo, de Allen Ginsberg ganha nova versão, com ilustrações de Eric Drooker
Um dos poemas mais importantes do século 20, Uivo ganhou um filme pouco visto estrelado por James Franco e dirigido por Rob Epstein e Jeffrey Friedman, em 2010. Um dos destaques do longa, além do roteiro que soube casar bem texto declamado e dramatização da vida do poeta Allen Ginsberg foi o uso de animação. Sempre que Franco lia trechos de Uivo, eram mostrados clipes feitos pelo ilustrador Eric Drooker. Agora, esse trabalho foi transposto para esta HQ lançada pela editora Globo. O problema é que em livro, perde-se um pouco da força que é vista na tela. É um tipo de trabalho que não se sustenta quando separado do conjunto atuação, literatura e desenho animado que se destacou no filme.
Drooker é um artista vencedor de um American Book Award e seus trabalhos já foram utilizados pelo Rage Against The Machine e Faith No More na capa de seus discos. Ele também trabalhou para a New Yorker e já ilustrou o Illuminated Poems, também de Ginsberg, em 1992. Escrita por Allen Ginsberg em 1956, o poema Uivo causou polêmica nos EUA e chegou a ser proibida nas livrarias. Pior: seu autor e editor foram processados por obscenidade. Texto radical em busca de uma maior liberdade sexual, preconceito racial e libelo contra a guerra, o poema é um dos mais impactantes do gênero até hoje. Ler (ou reler) a obra pode ser uma desculpa para encarar esse lançamento. [FA]
UIVO
Allen Ginsberg (texto) e Eric Drooker (arte)
[Globo, 274 págs, R$ 34,90 / 2011]
Tradução: Luís Dolhnikoff
Nota: 7,0