Quatro membros do grupo punk feminista russo Pussy Riot invadiu o campo na final da Copa do Mundo de Futebol da Rússia neste domingo (15). A ação aconteceu no segundo tempo e foi um protesto contra as prisões ilegais em manifestações e um pedido de liberdade a todos os prisioneiros políticos na Rússia.
A partida entre França e Croácia foi interrompida por cerca de um minuto e meio. Segundo a AFP, quatro pessoas vestidas como policiais entraram no gramado a partir do gol francês e se dispersaram correndo em várias direções. Ao fim, acabaram sendo arrastadas para fora do campo por seguranças.
Uma das ativistas conseguiu ainda um “high-five” (o famoso “chegue-batendo”) do jogador francês Kylian Mbappe. Já um outro manifestante do protesto foi hostilizado pelo jogador croata Lovren. A França acabou vencendo a partida por 4 a 2 e se consagrou bicampeã do Mundial.
Este é mais um protesto das Pussy Riot contra o governo de Vladmir Putin, que por sinal, assistia tudo no camarote do estádio. O grupo chamou o protesto de um manifesto artístico entitulado “Policial entra no jogo”. Em um texto no Facebook o grupo aproveitou para fazer exigências ao governo russo:
- Liberdade aos presos políticos.
- O não aprisionamento por “curtidas” (nas redes sociais).
- Fim das prisões ilegais em protestos.
- Permissão da competição política no país.
- Não fabricação de acusações criminais e não-manutenção de prisões sem motivo.
- Transformação do policial terrestre no policial celestial (em referência ao poema de Dmitri Prigov, poeta russo que usava a imagem de um policial em sua poesia).
As Pussy Riot ficaram conhecidas no mundo todo em 2012 quando realizaram um protesto, batizado de “oração punk”, na Catedral de Cristo Salvador, em Moscou. Três integrantes foram presas passaram 22 meses na prisão – duas delas, Nadezhda Tolonnikova e Maria Alyokhina, seguem como porta-vozes do grupo.
https://twitter.com/pussyrrriot/status/1018535251264638976