O filme Prisão nos Andes estreia nos cinemas brasileiros em 12 de setembro, distribuído pela Retrato Filmes. A coprodução entre Brasil e Chile marca a estreia do diretor chileno Felipe Carmona em longas-metragens. A obra oferece uma visão perturbadora da vida de cinco torturadores da ditadura de Pinochet que cumprem suas penas em uma prisão luxuosa aos pés da Cordilheira dos Andes.
O local, que possui piscina, jardins e aviários, é vigiado por guardas que mais se assemelham a empregados. A aparente paz do ambiente é quebrada quando uma equipe de televisão realiza uma entrevista com um dos internos. As declarações feitas durante a entrevista geram um impacto inesperado, levando os militares condenados a um estado de delírio e violência, exacerbado pela paisagem montanhosa ao seu redor.
Prisão nos Andes é baseado em uma história real que causou grande repercussão no Chile. O filme explora a complexa psicologia dos homens condenados por crimes contra a humanidade enquanto cumpriam pena em condições excepcionais. Felipe Carmona, que já era conhecido por seus curtas William Shakespeare’s Dream in Constantinople e Los Camarones Tienen el Corazón en la Cabeza, utiliza esta estreia para questionar o que significa ser chileno e examinar o legado duradouro da ditadura de Pinochet na sociedade chilena.
O elenco é composto por Andrew Bargsted, Hugo Medina, Bastián Bodenhöfer, Mauricio Pešutić, Alejandro Trejo, Óscar Hernández e Daniel Alcaíno. Hugo, um dos atores, foi uma vítima real da ditadura, tendo sido brutalmente torturado e vivido no exílio em Londres.
O longa já foi exibido em festivais internacionais, incluindo o Festival de Londres, a Mostra de São Paulo, o Festival de Cinema Latino de Chicago, o Festival de Marrakesh, o Festival de Guadalajara e o Festival de Huelva, onde conquistou o prêmio de Melhor Elenco. Também recebeu o Fipresci Award no Festival de Kerala, Menção Honrosa e Melhor Roteiro no Festival Cinema de Fronteira. Além destas conquistas, Felipe Carmona foi premiado como Melhor Diretor no Festival de Punta del Este.
A The Review Hub elogia a estreia de Carmona na direção de longas, destacando a excelência das atuações, especialmente de Hugo Medina e Andrew Bargsted. O texto também elogia a trilha sonora da brasileira Mariá Portugal, que complementa a análise introspectiva sobre masculinidade e arrependimento, criando uma atmosfera inquietante.
A revista Take One descreve o filme como “fascinante” e ressalta que ele “cumpre sua premissa intrigante”. Já a Loud and Clear destaca a “bela fotografia” e o “tema significativo”, considerando-o um filme “envolvente e necessário”. A LatinoLife elogia o filme como “uma estreia impressionante”, apontando que Felipe Carmona “incorporou profundidade e humanidade”.