Mulher, negra, nordestina, jornalista, datilógrafa, militante feminista, sindicalista, poeta e musicista. Essas são algumas das múltiplas facetas de Almerinda Gama (1899-1999), personagem tema do projeto de biografia da jornalista e pesquisadora alagoana Cibele Tenório, vencedora desta edição do Prêmio Todavia de Não Ficção. Na linha de frente do movimento sufragista brasileiro nos anos 1930, Almerinda foi pioneira entre as mulheres negras na política.
O projeto de Cibele Tenório narra a trajetória de Almerinda a partir de suas memórias, de sua participação na construção da emancipação feminina e de sua experiência sendo uma mulher negra na sociedade brasileira pós-abolição. A biografia de Almerinda foi o projeto vencedor entre outros 228 trabalhos biográficos e bibliográficos submetidos ao prêmio
Cibele Tenório é doutoranda e mestra em História pela Universidade de Brasília (UnB) e estuda
o sufrágio feminino e o ingresso das mulheres na política institucional brasileira. Graduada em jornalismo pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), desde 2005 atua como repórter, roteirista, produtora, editora e apresentadora, com passagens por diversos veículos de imprensa públicos e privados.
Os projetos inscritos foram avaliados por um júri formado pela repórter da revista Piauí Angélica Santa Cruz; pela jornalista e escritora Adriana Negreiros, autora de A vida nunca mais será a mesma: cultura da violência e estupro no Brasil (2021, Companhia das Letras); pelo escritor e biógrafo de Carolina Maria de Jesus, Tom Farias; e pelo sociólogo Tulio Custódio.
A terceira edição do Prêmio Todavia de Não Ficção propôs a produção de biografias e perfis biográficos que apresentassem narrativas de pessoas extraordinárias. Histórias de personagens que seguem pautando nossa realidade e visão de mundo. As inscrições para a próxima edição do Prêmio Todavia de Não Ficção se iniciam em 2024.