Prêmio Jabuti estreia categoria de HQs com Bulldogma, Carolina e Marcello Quintanilha entre os finalistas
O Prêmio Jabuti divulgou a lista dos livros finalistas da edição deste ano. A categoria de Histórias em Quadrinhos faz sua estreia na premiação após pedidos de artistas e profissionais ligados ao meio. Entre os nomes selecionados estão Wagner Willian com seu Bulldogma (melhor HQ do ano passado segundo nossa lista aqui em O Grito!), Carolina, biografia de Carolina Maria de Jesus feita por Sirlene Barbosa e João Pinheiro e Quadrinhos dos Anos 10, de André Dahmer. Completa a lista títulos assinados por José Aguiar, Diogo Bercito e Pedro Vergani, Alexandre S. Lourenço, George Schall, Marcelo Quintanilha e Felipe Castilho.
Organizado pela Câmara Brasileira do Livro, o prêmio já selecionou obras em quadrinhos em anos anteriores, mas sempre em outras categorias, como “Ilustração”. No início deste ano uma petição pública cobrou a inclusão das HQs no tradicional prêmio, uma vez que a competição acontece entre obras do mercado editorial e não, necessariamente, literatura. Afinal, categorias como “Arquitetura”, “Comunicação” e “Economia”, já estão presentes há algum tempo.
A seleção do Jabuti para as HQs brasileiras conseguiu fazer um bom panorama do cenário no ano passado, que contou com obras inventivas dentro da linguagem do meio, como Bulldogma e Você é Um Babaca, Bernardo.
Destaco ainda a presença de André Dahmer, cuja obra serve como uma síntese para o conturbado contexto político e social em que vivemos. A diversidade geracional e de formatos também foi boa, bem como a presença de editoras de todos os tamanhos, desde gigantes como Companhia das Letras até pequenas como a Balão Editorial, sem falar da presença de uma obra autopublicada, como é o caso de Castanha do Pará, de Gidalti Oliveira.
Mas o Jabuti ignorou a produção de mulheres quadrinistas, sobretudo em um ano cheio de bons lançamentos como foi 2016. Sirlene Barbosa é a única mulher no certame em uma produção coassinada com João Pinheiro. Bianca Pinheiro, Fabiana Langona, o coletivo responsável pela obra Topografias, Fefê Torquato são alguns dos nomes que vêm à mente quando refletimos sobre a produção feita por elas no ano que passou.
Ainda assim, essa estreia histórica no Jabuti dá ainda mais destaque aos quadrinhos como parte importante no mercado editorial brasileiro, colocando as HQs como uma arte que dialoga com seu tempo e lugar.
O autor da obra vencedora em primeiro lugar de cada categoria (exceto a categoria Livro Brasileiro Publicado no Exterior – 3.22) receberá, além do troféu Jabuti, um prêmio no valor bruto de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais), sendo deduzidos os encargos legais. No caso de obras em coautoria, cada autor receberá um troféu, e o prêmio em dinheiro será dividido em partes iguais.
Os segundos e terceiros colocados de cada categoria receberão os troféus do Prêmio Jabuti.
O autor do Livro do Ano Ficção e o autor do Livro do Ano Não Ficção receberão, cada um, o troféu Jabuti dourado e o valor bruto de R$ 35.000,00 (Trinta e cinco mil reais), sendo deduzidos os encargos legais.
Veja a lista dos indicados. E aqui a lista das demais categorias.
Bulldogma – Autor(a): Wagner Willian – Editora: Veneta
Carolina – Autor(a): Sirlene Barbosa / João Pinheiro – Editora: Veneta
Castanha do Pará – Autor(a): Gidalti Oliveira Moura Júnior – Editora: Publicação Independente
Coisas de Adornar Paredes – Autor(a): José Aguiar – Editora: Quadrinhofilia
Hinário Nacional – Autor(a): Marcello Quintanilha – Editora: Veneta
Hitomi – Autor(a): George Schall e Ricardo Hirsch – Editora: Balão Editorial
Quadrinhos dos Anos 10 – Autor(a): André Dahmer – Editora: Companhia das Letras
Rasga-mortalhas – Autor(a): Diogo Bercito e Pedro Vergani – Editora: Zarabatana Books
Savana de Pedra – Autor(a): Felipe Castilho – Editora: Astral Cultural
Você é um babaca, Bernardo – Autor(a): Alexandre S. Lourenço – Editora: Editora Mino