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Foto: Divulgação.

“Planeta dos Macacos: O Reinado” apresenta a jornada de um novo herói

Com novos personagens e novos conflitos, acompanhamos um cenário 300 anos após o líder César

“Planeta dos Macacos: O Reinado” apresenta a jornada de um novo herói
3.5

Planeta dos Macacos: O Reinado
Wes Ball

EUA, 2h25. Gênero: Ficção científica/Ação. Distribuição: Disney Studios.


Desde a estreia da icônica franquia de Planeta dos Macacos em 1968, a saga expandiu-se para incluir uma série de filmes clássicos, resultando na trilogia recente liderada pelos diretores Rupert Wyatt e Matt Reeves. Este reboot da história clássica trouxe uma nova perspectiva à narrativa, explorando a ascensão de César e sua luta por liberdade e poder.

Em um cenário onde 300 anos se passaram após o final de A Guerra (2017), somos apresentados a uma nova visão da história que já vínhamos acompanhando. Assinado pelo diretor Wes Ball, Planeta dos Macacos: O Reinado surge com uma interpretação fresca sobre uma jornada de descobertas. O legado do grande líder César é distorcido, enquanto uma nova era se desenrola, liderada por um tirano que ameaça a paz frágil entre macacos e humanos remanescentes.

No coração dessa história está Noa, um jovem chimpanzé da pacífica Tribo da Águia, cuja vida é dilacerada quando seu clã é brutalmente atacado e sua família é levada pelos Mascarados, um grupo de símios selvagens e perigosos. Determinado a resgatar aqueles que ama, Noa se aventura em uma jornada, enfrentando desafios e fazendo aliados improváveis ao longo do caminho.

Uma nova perspectiva

Considerando que estamos em um cenário tomado por mudanças que geram questionamentos aos espectadores, seriam grandes as chances de nos depararmos com um filme que, desesperadamente, optasse por uma grande inovação. Inovação esta que, facilmente, declinaria de uma expectativa resultante de bons resultados anteriores. Cabe ao diretor dosar a abertura para um novo caminho, respeitando o ritmo necessário.

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Foto: Divulgação.

Em Planeta dos Macacos: O Reinado, Wes Ball sabe conduzir bem o andar da história, abrindo uma cartela de possibilidades por meio de uma narrativa direta e nostálgica. Noa, interpretado por Owen Teague, é movido pelo despertar de questionamentos sobre os anos que antecedem sua geração, assim como os ensinamentos de César ou as desinformações a respeito do líder. 

Há ainda uma incerteza relacionada aos humanos. Durante sua jornada, surge Mae, interpretada pela Freya Allan, uma humana que carrega consigo segredos e intenções pouco explicadas. O que sabemos é que a garota tem a missão de resgatar informações úteis para a comunidade dos humanos. O clima estabelecido entre Mae e os macacos é de uma confiança frágil, sustentada por interesses. É instigante analisarmos a breve aparição dos humanos que, após 300 anos, se tornaram selvagens novamente. Aqui, encontramos uma semelhança ao filme original, onde um grupo de astronautas caem em um planeta onde os poucos humanos não possuem habilidades com fala e com tecnologia. 

Cenários que enchem o olhar

Em uma onda de filmes compostos por motion capture e CGI, é comum se deparar com obras que causam estranheza por aspectos visuais que não se mesclam bem entre si. É a sensação de algo obviamente “criado”, artificial. Aqui, não encontramos tais incômodos. Os movimentos, coordenados por Alain Gauthier, expressões e efeitos visuais casam bem um com o outro, proporcionando uma experiência agradável. 

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Foto: Divulgação.

Há uma beleza curiosa na maneira como a natureza engole os cenários que, uma vez, foram ocupados pelos humanos. As tribos vivem em um mundo onde a paisagem é composta por resquícios de grandes prédios e, até mesmo, estádios de futebol. É uma estética que se assimila ao que vemos no videogame Horizon: Zero Dawn e Horizon: Forbidden West – a junção de uma tecnologia perdida e da reinvenção. 

Um novo herói e uma nova história

Planeta dos Macacos: O Reinado é um longa de segmento simples que, na mesma medida, fornece profundidade o suficiente para um bom proveito no futuro. É o necessário para introduzir ao público uma nova perspectiva de algo que já foi apresentado antes. 

Algumas perguntas poderiam ter sido respondidas ainda neste longa, de maneira que não comprometesse a experiência da expectativa de quem assiste. Os mistérios que envolvem Mae, assim como a comunidade humana com quem se comunica, ainda é um ponto confuso. Outra característica notável é a longa duração, que em certos momentos parece desnecessária. Algumas cenas que antecedem a sequência final se tornam repetitivas e até mesmo um tanto cansativas. No entanto, o filme consegue compensar isso ao finalizar com um desfecho muito satisfatório.

Wes Ball entrega uma obra respeitosa aos fãs, que resgata elementos do filme clássico enquanto introduz novos questionamentos, resultando em uma experiência gratificante para o público.

Planeta dos Macacos: O Reinado estreia hoje (9) em todos os cinemas do Brasil.