Peter LaRubia lança “Dos quatro nenhum sentou à cabeceira” na Flip 2025

Obra mergulha nos vínculos afetivos e na violência passiva que moldam as relações humanas

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(Foto: Divulgação)

O escritor carioca Peter LaRubia lança seu quarto romance, Dos quatro nenhum sentou à cabeceira(Editora Patuá, 2025, 148 págs.), uma obra que explora o peso do não dito, dos mal-entendidos e das feridas não cicatrizadas dentro de uma família, numa trama que ecoa tragédias gregas e questiona até que ponto o silêncio pode ser tanto uma proteção quanto uma arma.

A inspiração para o livro surgiu há mais de vinte anos, quando Peter presenciou uma conversa em um shopping sobre um homem que, durante um jantar com a ex-mulher e as filhas, cometeu suicídio na frente delas. “Que espécie de desespero desencadeia um ato desses? Alimentado por quais culpas?”, questiona o autor, que passou décadas ruminando a história. “Não queria uma narrativa movida por curiosidade mórbida, mas um mergulho simbólico, um fósforo aceso numa casa onde a luz acabou”, reflete.

Durante a Flip 2025, onde lançará o livro, o autor fará uma sessão de autógrafos no dia 1 de agosto, às 15h, no estande da com.tato, localizado na Casa Escreva.

Raduan Nassar, Cormac McCarthy e Lourenço Mutarelli são algumas das influências declaradas do autor, que também buscou nas tragédias de Sófocles e Eurípides a densidade emocional para sua obra. Peter optou por frases curtas, imagens densas e diálogos carregados de subtexto para traduzir a aridez dos personagens. “A linguagem precisava ser tão contundente quanto o silêncio que ela tenta romper”, explica.

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Capa do livro (Divulgação)

Para o autor, a escrita sempre foi um exercício de autoconhecimento. “Cada livro é uma tentativa de encontrar respostas para perguntas que nem sabia que tinha”, afirma. Apesar de formado em Psicologia e Letras, ele nunca atuou nas áreas, dedicando-se à literatura e à música – foi integrante das bandas Nabuco on the Roxy e Barbarella Inc. Seus romances anteriores, Fúria (2018) e 10 reais & 1 maço de cigarros (2023), pavimentaram o caminho para esta que considera sua obra mais ousada.