Com o intuito de celebrar o cinquentenário do álbum, a Universal Music lança Pérolas Negras – Um Tributo a Luiz Melodia, projeto concebido pela companhia, que faz hoje (6) o lançamento do EP e dos singles avulsos, com adesão de Jane Reis, viúva do artista que nos deixou precocemente aos 66 anos, em 2017. O EP já está disponível nas plataformas digitais.
Luiz Melodia tinha apenas 22 anos quando, em junho de 1973, lançou “Pérola Negra” – uma das estreias fonográficas das prodigiosas da música brasileira. Protagonizado pelo jovem cantor e compositor, o álbum reunia dez faixas, das quais duas já haviam sido gravadas por intérpretes consagrados. Eternizada por Gal Costa em Fa-tal – Gal a Todo Vapor, show e disco de 1971, “Pérola Negra” surgia também na voz de Ângela Maria, em 1972. No mesmo ano, Maria Bethânia registrava “Estácio, Holly Estácio” no álbum Drama. Além dessas, o disco apresentava outras tantas canções que, posteriormente, figurariam com destaque em sua obra.
Por esses e outros aspectos ligados às composições do disco e seu hibridismo musical, o álbum marcou com ineditismo e ousadia o cenário musical da década de 70. Historicamente, o disco foi um dos tantos da tropicália que caiu sob a repressão do regime militar, sofrendo censuras e cortes bruscos nas letras, o que resultou em um lançamento sem tanto sucesso. Posteriormente, Pérola Negra ganhou o reconhecimento devido dentro da música brasileira.
O tributo começou a tomar forma ainda em 2023 com a entrada de Mahmundi, convidada a assumir a direção e produção musical. “Luiz Melodia é uma preciosidade, sinônimo de beleza, riqueza, poder. Achei chiquérrimo o projeto“, diz a compositora, cantora e multi-instrumentista carioca. “Por estar diante de um álbum emblemático, sabia da responsabilidade de realizar novas versões e com artistas que a gente ama“, referindo-se ao time de intérpretes formado por Anelis Assumpção, Criolo, Liniker, Mart’nália, Sandra Sá e Zezé Motta, além da própria Mahmundi.