Perdido lança o single “Parati” como lembrete de afeto para o pai

Artista rememora as paisagens que viu ao lado do pai, e tenta criar registro para evitar que seu pai - diagnosticado com Alzheimer - se esqueça dele e de si

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(Foto: Perdido/ Divulgação)

Nossa memória forma o que somos. Dizem que quando a gente morre, um filme passa diante de nossos olhos com tudo o que vivemos até aquele momento, antes dos créditos finais. E o que fazer quando alguém que nós amamos parece perder as cenas desse filme? Em seu novo single, “Parati”, o cantor, compositor e videoartista Perdido viaja por lembranças de sua infância de carona na Parati de seu pai – que foi diagnosticado recentemente com Alzheimer – para cantar seu amor pelos caminhos que traçaram juntos. A canção chega ao público hoje (09) pelo selo dobra discos, com distribuição da Altafonte Brasil, e celebra antecipadamente, também, o  Dia dos Pais.

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“Parati” é uma canção que Perdido fez em homenagem à história de seu pai e a relação que o artista construiu com ele ao longo de seus 40 anos. Médico pediatra, ele cuidou de muitas crianças que hoje são adultas, com filhos e carros que hoje levam suas famílias para passear – assim como Perdido, que viajava no porta-malas da Parati com seu irmão. “Quis fazer uma canção para que ele não esquecesse da gente, mas também que eu não esquecesse dele, que casou, teve carro e filho, e do que ele foi por 40 anos para mim, como pai e amigo”, conta Perdido.

No estilo autobiográfico, talvez a maior marca da dobra do artista, o single percorre muitas memórias de Perdido com o seu pai – “você teve um carro / e também 2 filhos / e eu tive um irmão / e fomos de carona por aí” – reconstruindo paisagens pela janela do carro antigo, com o carinho de quem faz apenas um pedido no fim da viagem: “para não (se) esquecer”.

perdido parati capa
Capa completa (Divulgação)

Seguindo a linguagem faça-você-mesmo de seus trabalhos audiovisuais anteriores, “Parati” ganha clipe idealizado pelo próprio artista, que mescla gravações, cenas em stop-motion e fotografias para mostrar os trajetos e passageiros da Parati. “O vídeo é uma fantasia afetiva em tentar reconstruir visualmente as aventuras que minha família viveu na Parati preta anos 80 que meu pai teve por quase 10 anos”, conta Perdido

As cenas na praia, as fotografias de família e os registros com a Parati em miniatura trazem à lembrança os filmes da “Sessão da Tarde”, estética que marcou a infância de Perdido. O vídeo é um registro visual do coração, que procura juntar as cenas desse filme de lembranças do artista com o seu pai. Uma forma de mostrar que elas sempre encontram, à sua maneira, um jeito de se manterem vivas.