A banda recifense Azuria lança “Deságua”, seu single de estreia em todas as plataformas digitais nesta quinta-feira (7). Com tom confessional, a música é a culminância das vozes artísticas dos três integrantes do grupo: Dimitria Lins, Glória Teodoro e Saulo Mesquita.
Formado em 2019, o trio se inspirou principalmente em músicas de indie rock melancólicas para criar um estilo próprio e fazer sua estreia no cenário artístico com uma música pessoal que transpassasse os gêneros. Produzida com o apoio do Edital de fomento à cultura Recife Virado, “Deságua” explora a harmonia de vozes e cria um som sentimental.
A Revista O Grito! conversou um pouco com Dimitria, integrante da banda, que deu detalhes sobre o processo de composição e as metas futuras para o grupo musical.
OG: Como a Azuria surgiu?
Dimitria: A banda começou a se formar no começo de 2019, eu já era amiga de Glória e de Saulo, mas eles não se conheciam, nós nos juntamos porque todo mundo toca, todo mundo é musicista e começamos a fazer covers de uma banda que estávamos gostando muito, a Boygenius, que foi o que uniu o nosso gosto. É uma banda de indie rock de três mulheres lá dos Estados Unidos e nos identificamos muito com esse estilo, então começamos a nos reunir e pensar: ‘quem sabe isso vira um projeto?’ e em 2019 tivemos muitos encontros para tocar e criar. Eu já tinha algumas músicas que eu fiz anos antes sozinha e que não tinha mostrado para ninguém ainda e fomos trabalhando em cima dessas músicas que eu já tinha feito.
OG: Quem são os integrantes da banda?
Dimitria: Eu componho, toco violão e também sou vocalista da banda, Glória toca teclado, canta e também compõe, enquanto Saulo toca guitarra. Ele é ex-integrante da banda instrumental Kalouv, aqui de Recife e também é produtor. Nós meio que criamos tudo juntos.
OG: De onde surgiu o nome Azuria?
Dimitria: Foi um grande brainstorming, escolher nome de banda é sempre uma luta. Eu gosto muito da cor azul e o estilo de ser mais melancólico. O azul é uma cor que me remete à nossa vibe. Todos nós gostamos do azul e fomos fazendo variações deste nome e chegamos nessa variação da cor azul, do que ela remete e até a questão da água, que coincidentemente veio a ser uma metáfora no single também. Tudo está envolto na cor.
OG: Como se deu a produção do primeiro single da banda, “Deságua”?
Dimitria: Eu comecei a compor no final de 2021, antes vinha compondo muitas músicas em inglês e nesse projeto eu decidi me desafiar e sair um pouco dessa zona de conforto de compor em inglês, até para ter uma aceitação maior, pois o português vai sem duvida chegar em um público mais amplo. Eu fiz a música, abri os programas sozinha e precisava desabafar, era realmente algo que precisava sair. Então eu mandei para eles e fomos construindo juntos em cima do primeiro esboço.
OG: Quais são as maiores inspirações da banda?
Dimitria: Durante o ano de 2020, o primeiro da pandemia, eu comecei a ouvir muito Tuyo, que são músicas mais confessionais, que falam muito de sentimento, e eu comecei a compor muito nesse estilo também: acústico, com o violão. Também tem a banda Boygenius que foi realmente o start, eu Glória e Saulo tiramos muito dela. São três mulheres com seus projetos solos, a Phoebe Bridgers, Julien Baker e Lucy Dacus, que são grandes nomes do indie americano e fazem um rock um pouco triste, um pouco energético também. Também sou fã da Paramore, da Hayley Williams, então sempre quero também trazer uma coisa mais rock nas músicas.
OG: Que tipo de sentimento vocês desejam passar ao público com “Deságua”?
Dimitria: É um assunto de desamor, uma música realmente confessional, de desabafo. Foi uma fase em que eu passei por um término de relacionamento e entrei nesse tema naturalmente. Entrepassa um pouco dos sentimentos que surgiram nessa fase.
OG: O que podemos esperar da Azuria para o futuro?
Dimitria: Nós queremos muito finalizar as próximas músicas para já lançar um próximo single e já temos material suficiente para lançarmos um EP. Essa é a nossa meta, lançar um EP de quatro ou cinco músicas. Querendo ou não, já temos o material de músicas em inglês e eu estou compondo músicas em português. Queremos mesclar esses dois idiomas. O próximo passo é produzir com força.