Em cerimônia realizada na noite deste domingo (12), no Dolby Theatre, em Los Angeles, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood elegeu Brendan Fraser como o grande vencedor do Oscar 2023 na categoria de melhor ator. Afastado das grandes produções por quase uma década, o astro era apontado como o favorito para levar a estatueta após uma gloriosa temporada de premiações, que lhe rendeu o SAG Awards e o Critics Choice Awards.
A vitória, que marca ainda a estreia do veterano na lista dos indicados ao Oscar, foi um reconhecimento pelo seu trabalho no drama psicológico A Baleia, do diretor Darren Aronofsky, no qual ele interpreta Charlie, um professor de inglês com obesidade mórbida que busca se reconectar com a filha.
Para o papel, Fraser passou por uma drástica e controversa transformação, tendo que ganhar peso e utilizar próteses de quase 130 quilos. Além dele, também estavam na disputa pelo Oscar de melhor ator Austin Butler (Elvis), Colin Farrel (Os Banshees de Inisherin), Paul Mescal (Aftersun) e Bill Nighy (Living).
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Esquecimento
A ascensão da carreira de Brendan Fraser foi meteórica. Tido como um dos talentos mais promissores de Hollywood, ele ficou conhecido como o galã de grandes produções do final dos anos 1990 e início dos anos 2000. Entre os trabalhos mais conhecidos estão George, o Rei da Floresta (1997) e a trilogia A Múmia (1999, 2001 e 2008). Mas, repentinamente, o artista caiu no ostracismo.
Em 2018, em entrevista à revista GQ, o motivo veio à tona quando Fraser revelou ter sido assediado sexualmente, em 2003, pelo jornalista Philip Berk, até então presidente da Associação de Imprensa Estrangeira (HFPA), responsável pelo Globo de Ouro, que negou a acusação. “Eu estava me culpando e me sentia miserável”, desabafou.
Mesmo decidindo não trazer o episódio à público na época, Fraser contou que, através de seus representantes, solicitou à HFPA um pedido de desculpas por escrito. “Não sei se isso desagradou o grupo, o HFPA. Mas o silêncio era ensurdecedor”, contou. Ele lamentou ainda o fato de que raramente foi convidado a voltar ao Globo de Ouro depois do que aconteceu em 2003.