Poucas chances para o Oscar
Por Fernando de Albuquerque
Juno é um filme que surpreendeu muita gente. Tanto que ganhou, até agora, 24 prêmios. E foi nomeado em outros 21 – incluindo quatro indicações ao Oscar. Entre os que já levou para o armário de casa destacam-se o de melhor filme no Festival de Roma; o prêmio da audiência para o diretor Jason Reitman no Festival de Estocolmo; o de melhor atriz para Ellen Page pelo Satellite Awards, pelas associações de Cinema de Phoenix, Flórida, Ohio e Chicago; além do National Board of Review; e de várias outras estatuetas para a roteirista Diablo Cody (uma ex-blogueira, ex-stripper e recém descoberta). Sem falar que figurou em várias listas de melhores do ano de 2007, já que estreou no finalzinho do ano passado, nos EUA.
Com as indicações ao Oscar, Juno corre por fora na corrida atrás da estatueta já que da mesma forma que Pequena Miss Sunshine, o filme apesar de bom não tem cacife para enfrentar títulos como Onde Os Fracos Não Tem Vez, Sangue Negro ou mesmo Desejo e Reparação. O mesmo pode-se dizer da indicação de Ellen Page que concorre com a veterana Julie Cristie, Cate Blanchett e mesmo Marion Cotillard, que interpreta Piaf. A tendência repete-se para o diretor Reitman já que o prêmio mais cotado vai para os irmãos Coen ou os veteranos Tony Gilroy ou Julian Schnabel. A única categoria em que o filme tem reais chances de ganhar é a de roteiro original.
Muitos pontos positivos rodeiam Juno. Além de agradar a crítica, o filme têm agradado ao público. Tanto que a produção que custou pouco mais de US$ 7,5 milhões já faturou, apenas nos Estados Unidos, mais de US$ 87 milhões e aqui no Brasil promete repetir o feito com a estréia programada para 15 de fevereiro. Os pontos positivos podem ser conferidos com os usuários do Imdb, por exemplo. Eles deram a nota 8,0 para o filme, enquanto os críticos do Rotten Tomatoes conferiram 125 críticas positivas para Juno e apenas 12 negativas. O site Metacritic, que faz uma média geral das críticas que o filme recebe na imprensa, contabilizou um score de 81 para Juno.
Uma curiosidade: Juno foi todo rodado no Canadá, em cidades como Vancouver, Burnaby, White Rock e Coquitlam. Outro ponto bem interessante é que esse é o primeiro roteiro para o cinema de Diablo Cody, uma ex-stripper que nasceu em Chicago há 29 anos e que ficou famosa por escrever um livro contando as suas experiências. O tal livro foi o único incluído na lista do apresentador David Letterman em seu programa, o Late Show, em 1993. Para quem não lembra, o diretor Jason Reitman fez Obrigado por Fumar e mantém em Juno mesma linha de pernosticidade cômica.
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