O longa-metragem O Agente Secreto, novo trabalho do cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho, foi duplamente premiado no Festival de Cannes 2025. O filme recebeu o Prêmio FIPRESCI, concedido pela Federação Internacional de Críticos de Cinema, e o Art et Essai, outorgado pela Associação Francesa de Cinema d’Art et d’Essai (AFCAE), composta por exibidores independentes da França.
Ambientado em Recife no ano de 1977, o filme é um thriller político protagonizado por Wagner Moura, no papel de Marcelo, um especialista em tecnologia que retorna à capital pernambucana em busca de paz, após fugir de um passado misterioso. Ao voltar, percebe que a cidade está longe de oferecer o refúgio desejado.
O elenco reúne nomes de destaque do cinema nacional, como Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Carlos Francisco, Hermila Guedes, Alice Carvalho e Roberto Diogenes. A produção é assinada por Emilie Lesclaux e conta com coprodução entre empresas do Brasil (CinemaScópio), França (MK Productions), Holanda (Lemming Film) e Alemanha (One Two Films). A distribuição no Brasil será feita pela Vitrine Filmes, enquanto nos Estados Unidos e Canadá ficará a cargo da NEON. Nos demais países da América Latina (exceto Brasil), além de Reino Unido, Irlanda e Índia, a distribuição será realizada pela MUBI.

“Eu conversei muito com a imprensa, estive com jornalistas no domingo, na segunda, na terça e um pouco quarta. Nesses dias, eu contei sete vezes que aconteceu das pessoas, ao falarem do filme e tentar me fazer uma pergunta, ficarem com a voz embargada e pararem de falar, porque alguma coisa tinha ativado algo muito forte nelas. Isso aconteceu com jornalistas brasileiros e de nacionalidades diferentes, como franceses, espanhóis e italianos. E eu acho isso muito significativo. Eu acho que é um filme que fala do passado, fala do presente, fala do futuro”, comentou Kleber Mendonça Filho.
Esta é a quinta participação do diretor no Festival de Cannes. Em 2019, o diretor foi premiado com o Prêmio do Júri por Bacurau, codirigido com Juliano Dornelles. Seus filmes anteriores, O Som ao Redor, Aquarius e Retratos Fantasmas, também passaram pelo festival e conquistaram reconhecimento internacional, figurando em listas de melhores do ano do jornal The New York Times.


