ARCTIC MONKEYS
Humbug
[Domino, 2009]
O que sobra do Arctic Monkeys depois que sua verve adolescente e a urgência de uma puberdade que deixava escapar certa inocência no jeito de ser são deixadas de lado? O que acontece com uma banda quando uma de suas principais referências são intencionalmente solapadas? O novo disco dos ingleses do Arctic Monkeys caminha para o que muitos chamam de amadurecimento. Humbug, produzido, entre outros, por Josh Homme do Queens Of The Stone Age trouxeram um som menos passadista para os garotos que cantavam temas pueris de qualquer adolescente médio britânico. Os arranjos estão mais pesados, como em “Dangerous Animals” e “Crying Light”, uma das primeiras músicas a vazar. As letras tentam algo mais conceitual, mas são divertidas mesmo quando falam do bom e velho flerte típicos dos vinte e poucos anos, como “Dance Little Liar”. Humbug é um disco de transição, por isso, tão irregular não se aproxima dos outros dois bons trabalhos anteriores. O que sempre causou fascínio – sobretudo entre a crítica cinquentona deslumbrada com uma juventude que não volta mais – foi a genialidade que chegou tão cedo. [PF]
NOTA: 6,5
COCOROSIE
Coconuts, Plenty of Junk Food
[Independente, 2009]
Todo mundo se cansou das irmãs Casady quando o último disco The Adventures of Ghosthorse and Stillborn esgotou a demência experimental que fazia sucesso quando a banda surgiu em 2003. Os barulhinhos, grunhidos, brinquedinhos e maluquices afins não causavam mais tanto fascínio e começaram a se repetir, Este EP Coconuts, Plenty of Junk Food, que apareceu de surpresa na web semanas atrás injeta novo gás na doidice sonora (também conhecida como Freak Folk) que elas sabem fazer melhor. A primeira música “Happy Eyez” é empolgante, faz o ouvinte dançar, algo diferente na sonoridade do Cocorosie sem deixar de seguirem o padrão já conhecido da dupla. É esperar que o próximo disco cheio siga com as boas ideias deste disquinho. [PF]
NOTA: 7,0
HEALTH
GET COLOR
[Lovepump United, 2009]
HEALTH, a banda norte-americana de Noise-Rock ficou conhecida mesmo com um disco de remixes, HEALTH/DISCO, lançado ano passado. Mas todo o peso da banda pode agora ser conferido neste terceiro disco, Get Color. Quem conheceu a banda apenas pelas dançantes músicas remixadas pode se assustar com este aqui, mas quem conseguir passar ao susto das diversas camadas de riffs e distorções vai descobrir um álbum cheio de nuançes, que poder render diversas discussões conspiratórias no futuro. Existe beleza no que os integrantes chamam de “psych-disco”, uma barulheira que entra no inconsciente e perdura em loop. É um dos registros mais interessantes deste 2009, justamente por ser tão bem-sucedido em sua proposta radical. Vida longa ao Caps Lock. [PF]
NOTA: 9,0