NIWA se autodescobre quanto estética e raça no disco de estreia Araponga

Disco passeia pela música pop, eletrônica, experimental e brasileira

CAPA DO DISCO Foto por Sofia Colucci Arte por Naia Rozzino

NIWA debuta na carreira solo com o álbum Araponga, pelo selo YB Music.De raízes japonesas e indígenas, a cantora une Amazônia, Pará, Japão e São Paulo num trabalho sobre autodescobrimento nas esferas individuais e coletivas, em termos estéticos e raciais.

Passeando pela música pop, eletrônica, experimental e, sobretudo, brasileira, NIWA traz de referência a ave que dá título ao disco para explorar as possibilidades de seu principal instrumento musical: a voz.

A Araponga é o nome dado a um tipo de ave conhecida no país pela potência de seu canto, alto e estridente. Inspirada na “ave cantora”, na potência da voz, NIWA reflete sobre a identidade que se coloca diante dos limites, que avança para além das raças estáveis e se mistura, funde e confunde em camadas étnicas heterogêneas, inclassificáveis.

“Sendo uma pessoa mestiça, o processo de racialização é algo lento, ambíguo e o racismo é extremamente velado. Foi algo que só me senti à vontade e com alguma propriedade para falar sobre depois de 2020, com 24 anos de idade. Falei de alguma forma sobre isso em todas as músicas porque daí pra frente passei a enxergar toda minha vida por essa lente”, contou a artista.

A primeira canção de Araponga a ser composta foi “Urutau”, lançada anteriormente ao lançamento do álbum em single e videoclipe. Assista:

A canção se junta a mais nove faixas, com produção assinada pela cantora em parceria com João Antunes e Rodrigo Passos, parceiros também nos arranjos junto a Diego de Jesus.

Giu de Castro, Loreta Colucci, Nathalie Alvim, integrantes do grupo Gole Seco, de que NIWA faz parte, marcam presença nas faixas “Vai Se Tratar” e “Quente”, e Djuena Tikuna em “Justiça de Tupã”, com sample de sua música “Yo’i Tüna Pogü”.

Ouça Araponga:

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