Neal Adams, um dos maiores nomes dos quadrinhos, morreu aos 80 anos nesta quinta (28) por conta de infecções que evoluíram para uma sepse. As informações foram dadas por sua família ao Hollywood Reporter. Adams ficou conhecido pelo seu trabalho nos quadrinhos de super-heróis, em especial em sua elogiada fase do Batman, nos anos 1970.
Esta fase de Batman trouxe uma maior profundidade nas questões morais e políticas envolvendo super-heróis e seria influente para produções de sucesso nos anos 1980. Conhecido por um estilo ágil de escrita, ele também possuía como característica marcante o desenvolvimento de personagens, dando nuances até então pouco trabalhadas na indústria mainstream.
Um dos seus trabalhos mais conhecidos foi na revista do Lanterna Verde Hal Jordan, em que o herói, ao lado do Arqueiro Verde, viajou pelos EUA conhecendo os problemas sociais do país. Os super-heróis tiveram que lidar com o problema do vício em heroína de Ricardito, parceiro-mirim da dupla. A edição tornou-se um marco importante por tratar de um tema urgente em uma publicação que ainda seguia o código de conduta conhecido como Comics Code Authority, que visava controlar o conteúdo dos gibis estadunidenses.
Adams começou a carreira na DC Comics em 1960 com o personagem Deadman. Após uma passagem pela Marvel onde trabalhou nos Vingadores e nos X-Men, ele retornou à DC para assumir o título de Batman ao lado de Dennis O’Neill. Eles trouxeram um ar mais soturno ao personagem e afastaram a imagem “camp” que ainda vigorava, muito em parte por conta do sucesso da série de TV estrelada por Adam West.
Nos anos 1970, Adams rompeu com a indústria e lançou seu próprio selo, a Continuity Comics. Ele sempre foi um grande defensor dos direitos dos artistas, com um trabalho importante na busca por melhores remunerações nos contratos e também na busca pelo reconhecimento dos direitos autorais.
Ele deixa a esposa, Marilyn, com quem estava casado há 45 anos, seis filhos e um bisneto.