Depeche Mode mostra boa forma, mas não sai do canto
Quem ninguém acuse o Depeche Mode de estagnação. A banda inglesa liderada por David Gahan nunca quis ficar presa aos sucessos dos anos 1980 (“Enjoy The Silence” manda um beijo) e lança discos com regularidade que impressiona quando comparado aos seus contemporâneos de década. Com uma carreira tão longeva e praticamente ininterrupta, é claro que teriam os altos e baixos. Delta Machine, pode-se dizer, é um desses momentos menos inspirados do trio.
Não há um único momento realmente brilhante, nem algo que chame atenção de quem não é fã incondicional. O que temos são faixas que remetem bastante ao que já foi feito no synth-pop tão característico da banda. É um grupo em boa forma e que reafirma a personalidade marcante a cada lançamento. Mas, com cada vez mais dificuldade em surpreender.
DEPECHE MODE
Delta Machine
[Sony/BMG, 2013]
Preço: R$ 29,90
Nota: 6,5
A sofreguidão faz bem ao indie-rock
A banda escocesa Frightened Rabbit lança seu quarto álbum de estúdio, Pedestrian Verse, o primeiro por uma grande gravadora, a Atlantic (antes saíam pela Fat Cat Recordings). Nesse processo de crescer, o grupo segue tendo como diferencial suas letras, todas escritas pelo líder Scott Hutchison, tido como um dos mais representativos no indie rock hoje. Ao contrário dos discos anteriores, marcados por composições sobre seus relacionamentos anteriores, Hutchison apostou em temas mais universais.
Um pé na bunda no meio do processo de gravação, o fez incluir algumas faixas mais introspectivas e pessoais, mas o resultado final é diferente do que nos acostumamos com o grupo. O problema do álbum está na dificuldade do Frightened Rabbit em sair de sua zona de conforto do indie-rock melódico, gerando um resultado repetitivo quando colocamos a discografia da banda em perspectiva.
FRIGHTENED RABBIT
Pedestrian Verse
[Atlantic, 2013]
Preço: 10 libras (importado)
Nota: 6,6
Passeio pela vanguarda miou para Trent Reznor
Trent Reznor, nome conhecido por ter criado o Nine Inch Nails, retorna com o projeto de música eletrônica How To Destroy Angels, que tem uma proposta mais experimental em relação aos seus outros trabalhos. Welcome Oblivion, lançado em março tenta se aproximar das fronteiras alcançadas por nomes da geração atual como Burial, Salem, DJ /Rupture, entre outros, mas falha em sua aventura de passear na vanguarda atual. Ao final, temos um álbum que repete os lamentos do NIN, com uma mistura de rock industrial, um pouco de dubstep e até partes melódicas mais pop. Louvável a ânsia de Reznor em se renovar e buscar experimentar, mas o resultado aqui ficou bem longe do seu melhor.
HOW TO DESTROY ANGELS
Welcome Oblivion
[Columbia, 2013]
Preço: 11 dólares (download pelo site)
Nota: 6,9
[Por Paulo Floro e Rafael Curtis]