Museu das Favelas leva exposição para o ambiente virtual

Mostra FAVELA-RAIZ está disponível na plataforma Google Arts and Culture

Instalacao Visao Periferica Foto Christine Jones
Instalação Visão Periférica. Foto Christine Jones. (Divulgação).

O Museu das Favelas leva exposição FAVELA-RAIZ para o ambiente virtual. A ocupação-manifesto que marcou a abertura do equipamento, em novembro de 2022, evocando as raízes da favela, agora fica disponível na plataforma Google Arts and Culture.

Símbolo de saudação às tradições, à ancestralidade, à maternidade, aos abrigos materiais e afetivos que envolvem os habitantes das favelas, a mostra é composta por cinco partes. Para abrir os caminhos, há esculturas tecidas em crochê, criadas pela artista Lidia Lisbôa com a colaboração de 7 mulheres do Coletivo Tem Sentimento e da Cooperativa Sin Fronteras, grupos de mulheres da vizinhança do Museu.

Na instalação audiovisual Visão Periférica, assinada pela Topográficas com o Coletivo Coletores, estão reunidas imagens de 20 fotógrafos e produtores de conteúdos de diferentes periferias do Brasil. O resultado revela a multiplicidade das experiências nas favelas, despertando memórias afetivas por meio do cruzamento de linguagens. Há também uma criação sonora do rapper Kayode, exaltando os diferentes modos de se pensar a beleza.

A exposição traz, ainda, uma iniciativa que sintetiza a história do Palácio dos Campos Elíseos, onde está sediado o Museu, com pesquisa de História da Disputa e produzido com artes em serigrafia pelo Coletivo XiloCeasa. 

Paulo Nazareth traz uma das instalações de seu projeto “Corte Seco”, em homenagem à Maria Beatriz Nascimento: uma escultura de alumínio, de 6 metros de altura, retratando essa que é uma mulher negra, historiadora, poeta, intelectual e ativista.

“Essa é uma oportunidade para que pessoas, principalmente aquelas que não podem visitar presencialmente o Museu das Favelas, conheçam as obras da sua primeira exposição temporária. Ao invés de descrevermos para esse público o que está exposto no Museu, agora podemos demonstrar através de fotos, vídeos, além de dar maior visibilidade aos diferentes artistas, das variadas linguagens, que compõem a exposição”, comenta Renata Furtado, coordenadora do CRIA (Centro de Referência, Pesquisa e Biblioteca).