HIPOPÓTOMOS FOFOS
Com imenso atraso chega ao Brasil série finlandesa que é sucesso no mundo desde os anos 40
Por Paulo Floro
Editor da Revista O Grito!
Existem algumas instituições da cultura pop mundial que o Brasil ainda é carente. Mumin era uma delas. Criada pela finlandesa Tove Jansson (1914 – 2001), a HQ é uma das mais famosas do mundo e existe desde 1945. Agora, a Conrad Editora coloca nas livrarias o primeiro volume da série, que conta a história dos trolls, seres semelhantes a hipopótamos que chamam atenção pela fofurice.
» Leia preview de 19 páginas da obra
A série de tiras foca um personagem principal, chamado apenas de “Mumin” (ainda que existam outros de sua espécie) e seus amigos. Inofensivo, crédulo e ingênuo, ele acaba sofrendo na mão dos que querem tirar vantagem do seu jeito de ser. A obra fez bastante sucesso no mundo e demorou para chegar ao Brasil. Mas coincide com a retomada no interesse desses bichos no mundo.
Um filme em 3D acaba de ser produzido e tem como trilha sonora a cantora islandesa Björk. Entre as vozes que participam da animação estão o vampiro Alexander Skarsgård (True Blood). Moomins and The Comet Chase foi lançado dia 6 de agosto na Finlândia e, claro, não tem previsão de chegar por aqui.
Introduzida no mundo escandinavo e no resto da Europa como um entretenimento infantil, Mumin é uma leitura que apreende todos os públicos. Cativa a simpatia de todos porque se esforça em ser simples. A HQ fica mais interessante quando aparecem novos personagens, o que torna o protagonista ainda mais interessante. Outro ponto a favor é a falta de interesse em soar didático ou querer passar alguma lição – erro básico de muitas obras voltadas às crianças.
Jansson não ficou restrita apenas aos mumins. Mesmo depois da fama de sua série, ela continuou a se dedicar a outras vertentes. Escreveu livros infantis, de pintura e até romances para adultos, um tanto melancólicos, segundo alguns. A Conrad promete publicar no Brasil os cinco volumes dessa série. O risco de se apaixonar é grande.
MUMIN
Tove Jansson (texto e arte)
[Conrad, 100 págs, R$ 37,90]
NOTA: 8,0
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