Morre o quadrinista Carlos Patati, autor de Couro de Gato

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Daniela Agostini / Memorial da América Latina.

Morreu no Rio de Janeiro o quadrinista, professor, roteirista e pesquisador Carlos Patati, aos 58 anos, no Rio de Janeiro. Segundo O Globo, ele estava se recuperando de uma doença, mas uma parada cardíaca o levou de volta ao hospital, onde faleceu.

Nascido em 1960, Carlos Eugênio Batista começou a escrever roteiros para quadrinhos em 1979, nas revistas Spektro e Pesadelo, da editora Vecchi. Seu último trabalho, a HQ Couro de Gato – uma história do samba, uma parceria com o artista gráfico João Sanchez, foi publicado pela Veneta no ano passado. O livro fala sobre o surgimento do samba no Rio de Janeiro, nas primeiras décadas do século 20.

Foi militante dos quadrinhos brasileiros e sempre brigou por mais produções originais que retratassem o nosso imaginário. Publicou ainda nas revistas Metal Pesado, Brazilian Heavy Metal, entre outros. Ao lado de Flávio Braga foi autor do Almanaque dos Quadrinhos. Também atuou como curador da Rio ComiCon e do Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ).

Nas redes sociais diversos autores repercutiram a morte de Patati. “O Carlos Patati era um dínamo. Não só um quadrinista, mas também pesquisador sobre quadrinhos, um descobridor de novos talentos, organizador de eventos, um agitador sempre entusiasmado”, disse Rogério de Campos, diretor editorial da Veneta e autor de Imageria – o nascimento das histórias em quadrinhos. “Perdemos um grande amigo, criador e campeão dos quadrinhos”, escreveu Paul Gravett, pesquisador inglês com quem Patati colaborou no livro 1001 Comics You Must Read Before You Die.

Já Marcelo D’Salete, autor de Cumbe e Angola Janga, escreveu: “Patati, grande mestre dos quadrinhos. Cada conversa uma aprendizagem e troca riquíssimas”. Marcelo Quintanilha, autor de Tungstênio, também comentou a morte. “Uma perda sentida por qualquer um que tenha tido a felicidade de compartilhar momentos com ele, nos quais nos inundava com sua infinita paixão pelos quadrinhos… As palavras nunca são suficientes… Adeus, amigo”.

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Couro de Gato, um dos últimos trabalhos de Carlos Patati. (Divulgação).