Morre Luis Fernando Verissimo, um dos maiores cronistas do Brasil

Autor de mais de 70 livros, cronista e músico deixa legado marcado pelo humor e crítica social

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Foto: Divulgação.

O escritor e cronista Luis Fernando Verissimo morreu neste sábado (30), aos 88 anos, em Porto Alegre (RS). Ele estava internado havia três semanas na UTI do Hospital Moinhos de Vento, com pneumonia. Ainda não há informações sobre velório e sepultamento. Verissimo deixa a esposa, Lúcia Helena Massa, três filhos e dois netos.

Verissimo sofria de Parkinson e tinha histórico de problemas cardíacos – em 2016, chegou a implantar um marcapasso. Em 2021, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), que deixou sequelas como dificuldades motoras e de comunicação. Desde então, já não escrevia.

Nascido em Porto Alegre em setembro de 1936, era filho do escritor Érico Verissimo e de Mafalda. Passou parte da infância nos Estados Unidos, onde o pai lecionava literatura brasileira, e foi lá que se apaixonou pelo jazz, instrumento que tocava desde a adolescência. Morava até hoje na casa da família, no bairro Petrópolis, na capital gaúcha.

Autor de mais de 70 livros e responsável pela venda de milhões de cópias, Verissimo se destacou pela habilidade em usar o humor, a ironia e a crítica social para retratar o cotidiano. Entre seus personagens mais marcantes estão o Analista de Bagé, a Velhinha de Taubaté e o detetive Ed Mort, que apareceram em dezenas de crônicas e livros. Ele também criou a tirinha As Cobras, publicada na Folha da Manhã nos anos 1970. Sua coletânea Comédias da Vida Privada inspirou a série homônima exibida pela TV Globo entre 1995 e 1997.

Ao longo de mais de cinco décadas de carreira, manteve colunas em jornais como O Globo, Estadão e Zero Hora, onde publicou seus primeiros textos, tornando-se um dos cronistas mais lidos do país. Além da literatura e do jornalismo, Verissimo se dedicou à música, integrando grupos de jazz como saxofonista.