UM SERIAL KILLER PARA AMAR
Pai de família, serial killer norte americano e fã de velejar, Dexter deixa seus fãs na oitava temporada que começa em junho nos EUA. No Brasil, começaremos a ver a sétima temporada semana que vem. Preparado?
Por Lidianne Andrade
Os fãs de um dos maiores assassinos seriais em exibição na atualidade já podem se preparar: Dexter chega ao final. A série entra na oitava temporada com muitas tramas ainda para serem resolvidas, mas já com a certeza de que para por aí. O criador anunciou que a questão não é orçamento: a série já atingiu um ponto de esgotamento para seu público e prolongar para mais um ano seria um exagero dramático. Mas promete que, ao contrário de algumas concorrentes que deixaram a tela nos últimos anos, vai resolver todas as sub tramas e com um final emocionante.
No Brasil, a sétima temporada começará a ser exibida na semana que vem, no Canal FX, na TV Paga. Já nos EUA, a expectativa é grande, pois os episódios da temporada final começam no dia 30 de junho, segundo o canal Showtime. O ideal seria a Fox seguir por aqui o que anda fazendo a HBO e exibir os episódios com pouco delay, o que driblaria a pirataria (afinal, nenhum fã consegue aguentar mais de seis meses para assistir uma série viciante).
A oitava temporada de Dexter começa com um enredo emocionante. No último capítulo, vimos a luta de Debra (Jennifer Carpenter, a irmã adotiva mais nova do assassino) para ir contra seus valores morais e matar a tenente Maria LaGuerta (Lauren Vélez). A morte veio em consequência de mais uma vez o segredo de Dexter Morgan (Michael C. Hall) precisar ser encoberto: um especialista forense de dia que à noite usa seu instinto assassino para matar outros assassinos, como um bom justiceiro.
Especialista em análise forense, Dexter quase nunca deixa rastros. Mas, como todo ser humano, às vezes escorrega e deixa uma lâmina de sangue aqui, um papel filme ali. Debra acabou atirando no peito da sua chefe para encobrir seu irmão por um dos descuidos de Dexter ir parar nas mãos de LaGuerta, mas não se sabe como ela irá prosseguir adiante em sua função de tenente da polícia de Miami com seu sentimento de culpa, já que matou uma colega de profissão para encobrir o irmão.
Spoilers: mais emoção e menos ação no oitavo ano
Segundo os profissionais envolvidos na série já andaram soltando por ai, a última temporada do sitcom está focada no Dexter antes de ser o filho dos Morgan. Seu passado sombrio ainda esconde alguns segredos, como prospectos de assassinatos quando ainda não seguiam o código do pai, o exaustivamente repetido “Código de Harry”. É fato que a adolescência de Dexter foi escondida até o momento. Em flashbacks, vemos apenas o assassino em sua infância, matando animais domésticos e o encontramos depois já adulto, quando já sabia sobre o código e atuava como analista de sangue em cenas de crime. Seu período de estudos até se tornar um especialista forense em sangue ainda é desconhecido e pode esconder algumas mortes bem sanguentas.
Nada indica que Debra irá abandonar Dexter depois de descobrir seu segredo. Agora ela está envolvida em uma morte com o irmão adotivo e sua paixão pelo ‘Dexter homem’ não deve diminuir. Nada foi comentado sobre um propenso romance entre eles, mas devem ficar unidos como amigos e assassinos na escuridão. Na sétima temporada Debra chegou a pedir um assassinato ao irmão, o que mostra que seus valores éticos e morais estão confusos e o medo de ir presa irá fazer com que o segredo continue obscuro.
Com humanidade, Dexter saiu da mesmice de CSI, NCYS, Criminal Minds e semelhantes
Mas e os mandados que estavam na casa de Maria LaGuetta prontos para abrir o sigilo telefônico da dupla e mostrar suas tramas? Segundo os criadores, o drama deve ser resolvido nos primeiros capítulos e não será um problema para o assassino continuar sua obra de ‘limpeza urbana do mal’.
O lado pessoal da personagem será o foco nos próximos episódios. Talvez surja mais uma paixão e o filho de Dexter pode ser um grande impedimento para que as matanças continuem. O final deve envolver tanto os conflitos éticos como pessoas do assassino, em uma grande batalha para deixar o assassinato noturno e ser um homem normal (o que ele já tentou por algumas vezes). Ou ainda se assumir um serial killer e fugir dos amigos e parentes. Até agora, nenhum detalhe revelado de quem vencerá a batalha interior da personagem.
Não dá para não cair nas graças de Dexter
Especialista forense, assassino e fruto do meio. Foi assim que os norte americanos cativaram seu público com o seriado Dexter, sucesso em mais de sete países e líder de audiência em seu horário. Ele é anti social e apenas simpático porque o Código de Harry ensina que ele deve sorrir e levar rosquinhas no trabalho para disfarçar seus impulsos. Teve um drama que justifica sua sede de matança e apazigua seus atos de violência: quando a série tinha apenas 3 anos, ele passou três dias em um contêiner com sua mãe morta, a qual viu sendo cortada em pedaços ainda viva. Seu irmão já se assumiu um serial killer, e ele ainda se encontra na indecisão se é um pai de família ou um assassino tradicional.
Dexter teve seus altos e baixos, mas manteve a média entre o bom e ótimo. Ganhou mais de trinta prêmios, sendo nada menos que 10 Globos de Ouro, entre eles melhor ator para Michael C. Hall e alguns prêmios melhores de melhor série de TV dramática. E drama é o que não falta no sitcom.
Algumas vezes com exageros rasgados acompanhamos por oito anos por seus fãs semanalmente. A personagem já entrou em diversas encruzilhadas para guardar seu segredo. Com o estilo ‘pensar rápido e agir com calma’, Dexter resolvia os problemas, muitas vezes matando todos os envolvidos. A sorte sempre foi a melhor amiga do personagem nos últimos sete anos.
O ponto alto da série foi, sem duvida, dar um coração ao personagem. Serial killer e pai de família? Dexter casou para dar continuidade ao Código e acabou por se apaixonar por sua esposa, morta por um assassino. O roteirista achou seu ponto chave: dar humanidade a Dexter para que assim ele passasse pelas barreiras morais dos telespectadores mais convictos de que matar não há justificativa. Segundo a mensagem nada subliminar do personagem, “matar se for para salvar outra vida é permitido”. Com humanidade, Dexter saiu da mesmice de CSI, NCYS, Criminal Minds e semelhantes ainda em exibição.
Bonitinho, mas não chega aos pés de Hannibal Lecter
O maior comparativo que é feito com o personagem é o mestre Hannibal Lecter, de O Silêncio dos Inocentes, indiscutivelmente o melhor serial killer de todos os tempos, interpretado por Anthony Hopkins. Ambos os personagens levantam o imaginário de um lindo serial killer com uma vida apagada pela escuridão mental, mas a fórmula antiga é indiscutivelmente melhor.
Dexter é simpático, mas poderia ser bem melhor. Não ser um galã foi o grande acerto da série, pois forçaria demais a trama com um sedutor e matador e deixaria os debates psicológicos em segundo plano, que são o ponto alto dos episódios. No geral Dexter agrada, mas não impressiona. Os prêmios de melhor ator são merecidos, pois os concorrentes também deixam a desejar. C. Hall, antes do papel, tinha tido destaque apenas como o agente funerário gay em Six Feet Under (A Sete Palmos)
Ele é esperto, mas não tanto quanto Hannibal. É apenas um fruto de seu meio que aprendeu muito bem por sua profissão a esconder seus rastros. Escorrega várias vezes em mentiras. Não é nada sedutor, mesmo com um físico bem agradável de ver (nos poucos lances sem camisa, claro!). Não cria tramas e jogos psicológicos com seus colegas de trabalho e responde por impulso, pagando suas consequências em episódios seguintes. É um personagem fraco, mas agradável. As sub-tramas são bem medianas, monótonas muitas vezes. Hannibal Lecter daria um ‘banho mental’ em Dexter e o colocaria em sua mesa com plástico em menos de duas horas, sem transpirar tanto nas axilas (infelizmente Dexter usa camisetas bege escuro em pleno sol de verão de Miami).
Dexter
Estreia da 7ª temporada
Domingo (27), às 23h, no FX
Outras sérias chegam à temporada final este ano
A queiridinha e sempre melodramática Greys Anatomy, exibida no Brasil pelo canal Sony com episódios inéditos sempre às segundas as 22h, também está no final. Ainda não sabemos qual o destino de Meredith Grey e Derek Shepear, cirurgiões do hospital Seattle Grace. Esperando um filho em gravidez de risco, tudo indica que Meredith finalmente realizará o sonho de ser mãe, mas não sem uma boa dose de drama. A séria já foi confirmada tanto por Shonda(criadora) como pelo elenco de entrevistas que está na sua reta final.
A adolescente The Vampire Diaries, exibida pela Warner, pode estar em sua reta final também. Os índices de audiência nos Estados Unidos estão bem fracos, indicando que talvez a trama ao melhor estilo ménage a trois chegue ao fim ainda em 2013. A terceira temporada da série deixou muito a desejar e os próprios fãs anda reclamando bastante que a trama ficou de morna a fria.
A versão norte americana para The Office, exibida pela Sony no Brasil, também está na sua fase final. Após a saída de Michael Scott a série sofreu bastante, mas está se encontrando nesta última temporada. Já foi confirmada que esta é a ultima temporada do programa.